quarta-feira, 15 de julho de 2015

Cidade holandesa será a primeira do mundo com uma estrada feita com plástico reciclado


A Holanda pode se tornar o primeiro país do mundo a pavimentar suas ruas com garrafas plásticas, após a prefeitura da cidade de Roterdã afirmar que está considerando implantar um novo tipo de cobertura para suas ruas, considerado por seus criadores como uma alternativa mais sustentável ao asfalto.

A empresa VolkerWessels apresentou nessa sexta-feira (10) os planos para uma superfície feita inteiramente com plástico reciclável, que precisaria de menos manutenção do que o asfalto e poderia aguentar grandes variações de temperatura, entre -40ºC e 80ºC.

As estradas poderiam ser construídas em questão de semanas, ao invés de meses, e durar três vezes mais, segundo seus inventores.

A produção de asfalto é responsável pela emissão de 1,6 milhão de toneladas de CO2 por ano no mundo todo, quase 2% de toda poluição gerada nas estradas e ruas do planeta.

"O plástico oferece todos os tipos de vantagem, comparando-se ao modo como as ruas e estradas são feitos atualmente, tanto na construção das ruas como na manutenção delas", afirma Rolf Mars, executivo da VolkerWessels.

As estradas de plástico são mais leves, reduzindo o impacto no solo, e ocas, tornando mais simples a instalação de cabos e encanamentos embaixo da superfície.

Cada pedaço de estrada pode ser pré-moldado em uma fábrica e transportado até onde eles serão instalados, reduzindo o transtorno causado pela construção de estradas. Ou seja: menos congestionamento por causa das obras na pista.

Mars afirma que o projeto PlasticRoad ainda está em um estágio conceitual, mas a empresa espera conseguir construir a primeira estrada completamente reciclada em até três anos. A cidade de Roterdã já assinou um acordo para realizar o primeiro teste da tecnologia.
 
 
Fonte: Planeta Sustentável, por Gabriel Garcia, INFO, em 10/07/2015

Pesquisa brasileira precisa estar na vanguarda para enfrentar mudança climática


O maior uso de biocombustíveis é uma das ações apresentados por Cerri para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e consequentemente o aquecimento global
 
Para enfrentar os desafios das mudanças do clima e as exigências do mercado internacional, a pesquisa brasileira tem de estar na vanguarda do conhecimento. É o que afirma o professor e pesquisador do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena-USP), Carlos Cerri. Ele foi um dos palestrantes do segundo dia do Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja, que ocorrem em Florianópolis (SC) até o dia 25 de junho.

De acordo com Cerri, cientistas brasileiros precisam conhecer os sistemas produtivos e quantificar a pegada de carbono de cada cadeia.
 
“O Brasil precisa gerar dados, precisa estar na vanguarda. Temos de fazer pesquisa de ponta e publicarmos para termos os dados e proteger a nossa agropecuária”, afirmou Cerri.
 
Como exemplo ele apresentou a situação do biodiesel de soja brasileiro utilizado na Europa. Para ser viável, ele deve apresentar uma redução de 35% na emissão de carbono equivalente em relação ao combustível fóssil. Números gerados fora do país indicaram que esse índice era de apenas 31%, o que inviabilizava seu uso. Entretanto, ao pesquisar a campo, encontrou uma redução de 65 a 68%.
 
“Avaliamos toda a cadeia produtiva, com dados obtidos desde as fazendas até a chegada do biodiesel ao consumidor europeu, e encontramos uma redução de 65 a 68% das emissões. Vimos que o biocombustível brasileiro é competitivo”, disse o pesquisador.
 
O maior uso de biocombustíveis é uma das ações apresentados por Cerri para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e consequentemente o aquecimento global. Como uma das principais atividades emissoras de gases, a agropecuária também pode contribuir nesse processo. Para isso, estratégias como a recuperação de pastagens degradadas, a fixação biológica de nitrogênio, o plantio direto na palha, a integração lavoura-pecuária-floresta, o reflorestamento e o tratamento de resíduos animais são ações que contribuem para menor emissão e fixação de carbono no solo.
 
“As alternativas já existem e outras estamos produzindo. Na medida em que conhecemos as fontes de emissão, vamos encontrar novas alternativas”, disse o pesquisador da Cena-USP.
 
De acordo com o Carlos Cerri, em menor ou maior escala, as estratégias conhecidas já estão sendo adotadas no Brasil. Aliadas à redução do desmatamento, elas têm contribuído para que as emissões de gases de efeito estufa não sejam maiores no país. Porém, ainda é preciso maior adoção dessas tecnologias.
 
“As soluções para a redução das emissões já estão ocorrendo. Mas é preciso fazer uma agricultura com mais inovação, mudando as práticas. Para isso, precisamos de novos profissionais em áreas como modelagem, informática, agricultura de precisão, entre outras”, ressaltou.
 
 
Fonte:  Revista Ecoturismo