Walter Alvarez (nascido em 1940), geólogo norte-americano, encontrou altas concentrações do raro elemento irídio em uma argila marinha datada do limite entre o Cretáceo e o Cenozoico. A partir desse achado, em 1980, ele criou a hipótese com seu pai, Luis (1911-88), físico ganhador do Prêmio Nobel, de que a concentração de irídio é mais bem explicada pelo impacto de um corpo extraterrestre, tal como um grande meteorito, na Terra. Eles também especularam que uma catástrofe global após o imacto levou os dinossauros à extinção.
IMPACTO CHICXULUB
Há 65 milhões de anos, um meteorito caiu em águas rasas, que agora integram a Península de Yucatan, no México. O impacto lançou enormes quantidades de rochas calcárias na atmosfera. Na reentrada, seu calor radiante causou incêndios em escala global.
Bólido Extraterrestre
Corpo de 10 km de diâmetro.
Explosão no Impacto
Frente do bólido fica destruída.
Parte de trás do bólido segue em frente.
Formação de Cratera
Rochas explodem na atmosfera.
Cratera com 100 km de diâmetro e 12 km de profundidade.
Colapso das Crateras
Encostas íngremes caem.
Cratera com até 240 km de diâmetro.
LAVAS PRESERVADAS NA CALÇADA DOS GIGANTES
Como as lavas do início do Cenozoico irromperam na fenda entre Noruega, Grã-Bretanha e Groenlândia, o Atlântico Norte se estendeu. Uma evidência desse derramamento ainda pode ser vista na Irlanda.
VIDA MARINHA
Na sequência da extinção do fim do Cretáceo, a vid nos mares e oceanos assumiu gradualmente uma aparência moderna, desde os animais formadores de recifes até os maiores predadores. Um dos desenvolvimentos mais importantes foi o aumento da diversidade de peixes ósseos modernos após a extinção dos grandes répteis predadores marinhos. Tartarugas, alguns crocodilos, iguanas e cobras permanecem como répteis marinhos, mas a maioria é de pequeno porte. A principal inovação entre os vertebrados foi a evolução dos mamíferos marinhos, especialmente baleias e golfinhos (cetáceos). Os mamíferos diversificados do Eoceno evoluíram em uma sucessão de formas extintas, das quais surgiram as baleias modernas, 35 milhões de anos atrás.
VIDA NA TERRA
No início da era Cenozoica, os mamíferos ocuparam os hábitats daqueles répteis vítimas da extinção do fim do Cretáceo. Entretanto, houve diferenças significativas entre os mamíferos emergentes, com a Austrália e a América do Sul herdando marsupiais com bolsas e mamíferos monotremos ovíparos, enquanto o resto do mundo foi logo dominado por mamíferos placentários. Esses últimos dão à luz filhotes maiores e mais desenvolvidos, alimentados por mais tempo dentro do corpo da mãe através de uma placenta.
De início, os marsupiais prosperaram, evoluindo para predadores carnívoros e herbívoros, que se diversificaram em forma posteriormente imitadas pelos roedores placentários, hipopótamos, cavalos, cachorros e grandes felinos. Entretanto, à medida que os placentários mais avançados evoluíram e se diversificaram, tenderam a substituir os marsupiais. A formação de uma ponte terrestre entre a América do Norte e a América do Sul permitiu um intercâmbio de placentários e marsupiais entre os continentes. Hoje, os marsupiais sobreviventes das Américas são os gambás, ainda representados por 63 espécies. Contudo, um número ainda maior de marsupiais resistiu por mais tempo no continente isolado da Austrália.
ÁRVORES EM FLOR
Bem no início do Cenozoico, as plantas com flores
evoluíram em uma gama diversa, incluindo
a magnólia e os louros que formaram as florestas.
Os primeiros mamíferos placentários do Cenozoico, foram insetívoros, como o musaranho, mas logo ficaram maiores (do porte de ovelhas), pastando e se alimentando de raízes. No fim do Paleoceno, havia herbívoros do porte de rinocerontes e carnívoros do porte de cachorros. O número de famílias placentárias subiu de 21 no fim do Cretáceo para 111 no início do Eoceno. Os hábitats da Terra foram logo preenchidos com mamíferos placentários, desde lontras, focas e baleias nos mares, passando por uma vasta gama de mamíferos terrestres - de musaranhos a herbívoros gigantes, como o Indricotherium, rinoceronte extinto de 8 metros de comprimento, e numerosos carnívoros -, até morcegos no ar. As mudanças climáticas e ambientais também afetaram a evolução dos mamíferos, especialmente a redução da cobertura vegetal e o aumento de pradarias, ao lado da evolução de insetos polinizadores, pássaros canoros e mamíferos ruminantes. Acredita-se também que essas mudanças afetaram a evolução dos hominídeos (símios superiores e seres humanos).
TÁRSIO
Acredita-se que os társios, minúsculos insetívoros
dos dias de hoje, descendem de um grupo de
primatas primitivos do Cenozoico.
MAMÍFEROS DO LAGO MESSEL
Cinquenta milhões de anos atrás, as lamas ricas em petróleo
do leito de um lago alemão preservaram uma diversidade
espantosa de seus habitantes, como este Ailuravus, um
roedor pouco maior do que um esquilo.
VIDA NO ÂMBAR
Desde o Cretáceo, o âmbar de algumas árvores produtoras
de resina tem aprisionado e conservado pequenos animais,
especialmente insetos.
FORMAÇÃO DAS MONTANHAS
No Cenozoico foram formadas as quatro principais cadeias de montanhas do mundo: a cordilheira dos Andes, as Montanhas Rochosas, os Alpes europeus e o Himalaia. Exemplo clássico de formação de montanhas, os Andes resultaram da convergência de uma placa oceânica (do Pacífico) com outra continental (América do Sul), combinada com a subducção da placa oceânica e frequentes terremotos e vulcões. Por seu lado, o sistema alpino-himalaio resultou de uma convergência das placas Africana e Indiana com Europa e a Ásia, respectivamente. O movimento da África rumo ao norte subduziu um copo d'água conhecido como Oceano Tétis; as rochas intervenientes foram comprimidas, espessadas e elevadas com intensas dobras e falhas, levando à formação dos Alpes. A separação da Índia, da África e da Antártica, que começou no Mesozoico, por fim causou a subducção do Tétis Oriental e sua convergência com a Ásia, um processo iniciado 20 milhões de anos atrás. Novamente, as rochas intervenientes foram comprimidas, espessadas e elevadas com intensas dobras e falhas, resultando na formação do Himalaia. Acredita-se que o continuo movimento da Índia para o norte tenha empurrado a parte mais profunda da placa Indiana sob o Tibete, espessando-a e elevando-a sem dobrar. A formação dessa alta e alongada barreira física causou mudanças significativas no clima regional, com o desenvolvimento das monções no Sudeste da Ásia.
HIMALAIA
A espetacular Cordilheira do Himalaia, com o
Planalto Tibetano ao norte e planícies aluviais
de sedimentos ao sul, é o resultado da
convergência das placas Indiana e Asiática.
EXPANSÃO DAS PRADARIAS
No Mioceno, o resfriamento do clima e a maior aridez,
levaram ao fracionamento das florestas e à expansão
das pradarias, junto com manadas de mamíferos ruminantes
e seus predadores, como os grandes felinos.
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Fonte: Isto É - Enciclopédia Ilustrada da Terra
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