Um dos arquétipos mais palpitantes da psique humana é a Casa. Não
significa apenas o prédio de tijolos onde habitamos com nossa família, mas ela expressa a
nossa necessidade de aconchego, de proteção, de ternura, que sentimos no âmago
do ser. A
Casa simboliza o amor que nos liga profundamente aos familiares e aos amigos
queridos aos quais nos vinculamos pelos laços sagrados do coração.
Representa, também, segurança, conforto, tranquilidade e é também
um refúgio doce e terno que nos protege das intempéries, dos perigos, da solidão.
É o
ninho acolhedor, pleno de calor, no qual nos unimos às pessoas que amamos. A
Casa nos fornece orientação, equilíbrio e harmonia. Sabemos que no final
do dia um abrigo aconchegante nos abrirá seus braços e poderemos adormecer em
paz.
O planeta Terra é a nossa Casa. Ele nos hospeda com amor e nos oferece o
seu regaço de mãe. Como avezinha implume, chegamos um dia com frio, amedrontados, frágeis
e este Lar nos acolheu, oferecendo-nos proteção, alimento e as experiências necessárias
ao nosso crescimento físico, mental e espiritual.
Freqüentamos as diversas salas de estudo deste Planeta-Escola,
participamos de suas aulas, passando por provas, por desafios, que facultaram o
nosso amadurecimento psicológico, auxiliando-nos a passar de um nível de consciência
para outro mais alto, galgando, assim, paulatinamente, os degraus da grande
escada evolutiva. Desta forma, um dia chegaremos jubilosos à angelitude que é o destino
fulgurante que nos aguarda. Somos filhos da luz e devemos nos recordar dessa
meta grandiosa, durante a romagem terrena.
A querida mentora Joanna de Ângelis em seu magnífico livro “Após a
Tempestade”, através da mediunidade abençoada de Divaldo Franco, leciona, com propriedade,
que ecólogos
de todo o mundo preocupam-se com a poluição devastadora que resulta dos detritos
que são jogados nos oceanos, nos rios, nos lagos, nos terrenos baldios, bem como, também, os
ingredientes químicos das indústrias, como óleos e resíduos venenosos que são
atirados displicentemente, sem a mínima consideração com a destruição de nossa
própria Casa.
Os técnicos no assunto escrevem matérias profundas sobre a poluição
atmosférica, acerca das substâncias venenosas que são expelidas pelas fábricas,
pelos motores de explosão e sobre os inseticidas utilizados pela lavoura,
convidando-nos a uma séria tomada de consciência. Há a necessidade de
uma profunda educação ambiental para que as crianças, os jovens, como novos
habitantes do planeta possam se conscientizar de que é necessário preservar a
casa que recebemos de Deus para ser nossa morada, nossa escola, nosso canal de ascensão
para o Alto.
Desenvolvendo em nós o espírito de fraternidade, de solidariedade,
de gratidão, de humildade e, sobretudo, de amor ao Planeta que nos hospeda, inauguraremos de fato
uma nova era de paz e de felicidade para todos. Joanna de Ângelis adverte-nos acerca do grave
perigo da poluição mental, que envenena a alma, com grande repercussão, também, na
contaminação da natureza.
São, como nos orienta a Mentora, os choques das vibrações negativas,
das mentes em desalinho, procedentes das rudes batalhas do desamor, das ambições, do ódio,
do abuso do poder, da busca das glórias efêmeras, das competições malsãs,
estiolando as almas pela falta de compreensão, de entendimento, de
fraternidade. A poluição moral é a mais cruel e tenebrosa porta de acesso para
a poluição ambiental.
A mãe Terra nos hospeda, oferecendo-nos o seu seio amoroso. A Terra é
a nossa casa comum, apresentando problemas, riscos, conflitos, desajustes, que nos cabe
solucionar, utilizando as ferramentas do amor, da tolerância, do respeito, da
compreensão, da gratidão pela vida que estua nos painéis vivos da Natureza.
É maravilhoso pensar que temos a mesma origem como filhos e herdeiros
de Deus, membros da família universal, esta empolgante comunidade humana, sendo irmãos e irmãs
uns dos outros e que finalmente um dia, amadurecidos pelo amor genuíno, nos
daremos as mãos, entoando o cântico da sublime fraternidade.
Jesus, o Sublime Ecólogo, amou a Natureza, falando com ternura do
grão de mostarda, dos lírios do campo, dos pássaros, das ovelhas, dos peixes,
do trigo que produz o pão, da água viva que dessedenta para sempre. Abençoou a vida em
todos os seus estágios, cantando a sinfonia de amor do Seu Evangelho nas belas
praias da Galileia, nos montes verdejantes, envolvidos pelo sol ardente e
orando ao Pai na calma da noite, aspirando a brisa perfumada, contemplando as
estrelas luminíferas e a suavidade dos raios do luar.
E com o seu estilo fascinante a Benfeitora querida esclarece-nos que a
Terra sairá do caos que a absorve e voltarão o ar puro, a água cristalina, a
relva repousante, o trinar dos pássaros, o fulgor do sol e o faiscar das
estrelas em nome do Pai Criador e de Jesus, o Salvador Perene de todos nós.
Atendamos, pois, ao convite maternal e o sintonizemos com as energias
sublimes e revigorantes da vida em a Natureza, utilizando a linguagem do amor fraternal,
esparzindo, desta forma, o Reino de Deus onde quer que estejamos.
Compilado da Revista Presença Espírita
Texto de Maria Anita Rosas batista
Fonte: Harmonia Espiritual