Fachada do Ponto Solidário, espaço que reúne peças de artesanato do país
e trabalha com o conceito de comércio justo. (Foto: Divulgação Ponto
Solidário)
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Artesanato: vendas por meio de comércio justo valorizam atividade
Nova forma de pensar trocas quebra paradigmas e transforma vida de artesãos.
Em 2002, impulsionada pelo desejo de trabalhar com o terceiro setor, Odile Sarue se engajou na coordenação do Ponto Solidário,
um espaço sem fins lucrativos destinado à venda e à produção de artigos
de ONGs, cooperativas, comunidades regionais e indígenas, artistas,
etc. Atualmente, o espaço reúne peças de artesanato vindas de diversos
Estados do país e trabalha com o conceito de comércio justo, ou fair trade.
O comércio justo surgiu na Inglaterra, aplicado à agricultura, como forma de valorizar os produtores, realizando transações comerciais pautadas no diálogo, na transparência e no respeito entre as partes envolvidas. O objetivo é que a relação de troca contribua para o desenvolvimento sustentável das comunidades dos produtores, que deixam de ser marginalizados e podem obter melhores condições de troca, além da garantia de que seus direitos serão assegurados na transação.
“No começo, vimos que havia uma possibilidade de geração de renda por trás do artesanato, mas que as ONGs que trabalhavam com isso não conseguiam recursos nem ferramentas eficazes para divulgar e comercializar seus produtos. Então abrimos esse espaço, que nada mais é do que uma vitrine para esses artesãos. Não temos intermediários nas nossas relações. Com o tempo, descobrimos que aquilo que fazíamos intuitivamente era um conceito discutido no mundo todo, o comércio justo”, explicou Odile.
Fair trade é um conceito amplamente discutido e aplicado em vários países. Na Inglaterra, por exemplo, existem diversas associações que reúnem pessoas e empresas engajadas com a atividade para fomentar iniciativas e fortalecer a rede. Um exemplo é a British Association for Fair Trade Shops, que, entre outras coisas, reúne estabelecimentos comerciais que trabalham com a venda de produtos artesanais e aplicam o conceito do comércio justo.
Capital social promovendo desenvolvimento de comunidades
O comércio justo surgiu na Inglaterra, aplicado à agricultura, como forma de valorizar os produtores, realizando transações comerciais pautadas no diálogo, na transparência e no respeito entre as partes envolvidas. O objetivo é que a relação de troca contribua para o desenvolvimento sustentável das comunidades dos produtores, que deixam de ser marginalizados e podem obter melhores condições de troca, além da garantia de que seus direitos serão assegurados na transação.
“No começo, vimos que havia uma possibilidade de geração de renda por trás do artesanato, mas que as ONGs que trabalhavam com isso não conseguiam recursos nem ferramentas eficazes para divulgar e comercializar seus produtos. Então abrimos esse espaço, que nada mais é do que uma vitrine para esses artesãos. Não temos intermediários nas nossas relações. Com o tempo, descobrimos que aquilo que fazíamos intuitivamente era um conceito discutido no mundo todo, o comércio justo”, explicou Odile.
Fair trade é um conceito amplamente discutido e aplicado em vários países. Na Inglaterra, por exemplo, existem diversas associações que reúnem pessoas e empresas engajadas com a atividade para fomentar iniciativas e fortalecer a rede. Um exemplo é a British Association for Fair Trade Shops, que, entre outras coisas, reúne estabelecimentos comerciais que trabalham com a venda de produtos artesanais e aplicam o conceito do comércio justo.
Capital social promovendo desenvolvimento de comunidades
Apesar disso, o debate ainda é bastante incipiente no Brasil. Por conta dessa circunstância, a carioca Vanessa Moutinho dedica sua vida à causa do desenvolvimento sustentável trabalhando como facilitadora do Comércio Sagrado, organização que desenvolve vivências e workshops para despertar o capital humano de pessoas e torná-las aptas a reverter suas habilidades em recursos financeiros, principalmente em ambientes de comércio justo.
“Quando apoiamos e nos engajamos com essas iniciativas, estamos apoiando o desenvolvimento do capital social de comunidades e o desenvolvimento humano, o que é uma das coisas mais empoderadoras para uma comunidade: a partir do momento que as pessoas entendem que elas têm tudo o que precisam, elas investem naquilo e transformam suas realidades”, explica.
A Coopa-Roca (Cooperativa de Trabalho Artesanal e de Costura da Rocinha Ltda.) é um ótimo exemplo de como o comércio justo e o artesanato podem caminhar juntos e resultar em transformação social e desenvolvimento de comunidades. A cooperativa capacita e coordena o trabalho de mais de 100 artesãs do Morro da Rocinha, no Rio de Janeiro, para produção de peças artesanais focadas no Mercado da Moda e do Design. Atualmente, a Coopa-Roca conta com um showroom no Shopping Fashion Mall, também no Rio de Janeiro, onde comercializa as peças produzidas.
Artesanato, venda e transformação
Em São Paulo, a Arte e Luz da Rua promove oficinas de artesanato com moradores de rua e sobrevive da venda do resultado dessas oficinas. O carro-chefe da organização são luminárias ecológicas, que reaproveitam o bagaço de cana-de-açúcar. Produzidas há 12 anos, as luminárias são vendidas em lojas como o Ponto Solidário e também para empresas como brindes corporativos, por exemplo.
O trabalho desenvolvido pela organização é parte de uma cadeia que termina no consumidor final, passa por espaços como o Ponto Solidário, onde os produtos são comercializados, e começa na relação com os moradores de rua, que a partir das oficinas acabam descobrindo que podem mudar suas vidas e transformar suas realidades.
“Além de artesanato, aqui nós ensinamos também educação para o trabalho. Por exemplo, começamos com a importância da pontualidade para participar das oficinas e, aos poucos, outros conceitos são introduzidos, como a relação com os colegas, a divisão de tarefas, fazer o que se faz com qualidade, etc. Aos poucos, as pessoas começam a repensar suas vidas e ter condições para pensar e planejar novos projetos, encontrar emprego, ou se dedicar a essa atividade”, explica Hedwig Knist, que trabalha na organização há 22 anos capacitando os moradores e divulgando o artesanato.
“Comércio significa troca. Quando apoiamos e nos engajamos com iniciativas dessa natureza, estamos participando de uma troca justa com nós mesmos e com o outro. Todas as iniciativas de comércio justo são respeitosas com todas as formas de vida. Pensem nisso”, finaliza Vanessa.
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Fonte: Allianz, por Camila Hungria, em 18/junho/2013
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