sábado, 25 de agosto de 2012

Biodiversidade

Pesca de arrasto. O que significa?

 
 Um golfinho morre após ficar preso em uma rede de pesca no Pará. (Foto: Reuters)

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A prática é apontada como destrutiva, ameaçando a biodiversidade marinha, florestas submersas e a vida como um todo.
Milhares de anos atrás o homem praticava a pesca de subsistência. Hoje, a pesca exerce enorme influência econômica, social e ambiental. Afinal, milhões de toneladas de peixes e crustáceos são retirados de rios e mares do mundo, para alimentação, pesquisa, indústria farmacêutica e produção de rações animais. A pesca marítima corresponde a 16% da proteína animal consumida pela humanidade.

A Revolução Industrial, no século XIX, favoreceu a pesca com a criação dos motores a vapor e os cascos de aço. Hoje, há várias formas de pescar: desde equipamentos artesanais até equipamentos complexos para grandes estoques e distribuição mundial.

Uma das práticas comuns é a pesca de arrasto: uma rede de malha fina, tracionada por motor, faz a varredura no substrato, retirando espécies animais de valor econômico. Esse tipo de rede ampliou muito o poder e a eficiência na pesca das capturas demersais, aquelas que permanecem boa parte do tempo no substrato, e de espécies bentônicas, animais que permanecem no fundo enterrados, presos, ou rastejando.

Não é permitido praticar a pesca de arrasto no raio de 5,5 km da costa, mas muitos (muitos mesmo) barcos pesqueiros ignoram a norma e causam grande estrago. A legislação pode variar de acordo com o Estado, mas há diversas restrições em relação à pesca de arrasto. Muitas comunidades científicas, organizações ambientalistas e governamentais são contrárias a essa prática.

Mas por que essa prática é tão criticada?

 
Imagine um ambiente estruturado, onde cada um cumpre seu papel, se reproduz, se alimenta e luta para proteger a prole, o território e a vida. Todos tocando a vida com autonomia e equilíbrio. Agora imagine um rodo bem grande passando nesse local, desorganizando tudo e levando animais, vegetais, minerais e tudo o que encontra pela frente. É assim que muitos definem a pesca de arrasto.
O método permite a captura de diversas espécies animais, em diferentes fases de desenvolvimento, desestruturando ecossistemas que contribuem para a manutenção da vida marinha. Por não ser seletiva, a rede pode capturar espécies além do que seria o alvo, como estrelas-do-mar, ouriços, tubarões, golfinhos e tartarugas. Segundo a Revista Mergulho (2011), estima-se que cerca de 70% dos animais capturados são devolvidos mortos ao mar.

O DET – Dispositivo Exclusor de Tartarugas – evita a captura de tartarugas e animais de grande porte através de um sistema específico de escape. Mas muitos pescadores não utilizam esse recurso.

A pesca de arrasto, realizada de forma descontrolada e sem fiscalização, também pode prejudicar os pescadores artesanais através da concorrência desleal e do declínio da quantidade de animais.

Instituições ambientalistas bloqueiam e denunciam com frequência barcos irregulares e protestam contra a pesca de arrasto. Recentemente, a organização ambientalista Sea Shepherd participou da audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado. “Não temos o objetivo de combater o pescador artesanal ou as empresas pesqueiras que cumprem as leis de proteção ambiental. Buscamos a condenação de criminosos que degradam nosso ecossistema visando somente o lucro”, declarou o diretor-geral da Sea Shepherd, Wendell Estol.

A sobrepesca também está no centro das atenções dos ambientalistas. Estamos falando de uma grande ameaça ao ecossistema marinho, a retirada de um volume acima do permitido, prejudicando a manutenção desses animais na natureza. Em outras palavras, é a pesca insustentável, que tira quantidades enormes de pescados, arriscando sua capacidade de repovoar aquele local e contribuindo com a extinção de várias espécies.

O fato é que a vastidão dos oceanos está longe de ser totalmente conhecida. Há espécies ainda desconhecidas pela humanidade que podem desaparecer com a modificação de seu habitat. Além disso, a exploração desordenada, sem critérios e fiscalização, pode prejudicar (e já prejudica!) todos os ambientes e seres vivos, inclusive nós, humanos.

Fonte:  Allianz - http://sustentabilidade.allianz.com.br 


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