quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A TERRA DINÂMICA




A Terra Dinâmica


Com uma órbita estável, nem próxima demais, nem distante demais do Sol, a Terra ocupa uma posição única no Sistema Solar, com condições adequadas para a origem e a evolução da vida. Ao longo de sua história de 4,56 bilhões de anos, uma combinação incomum de eventos e processos transformou a Terra num planeta azul. Ao contrário dos outros planetas, as extensas bacias oceânicas em constante mudança cobrem a maior parte da superfície da Terra e a pintam de azul. Acima da superfície dos oceanos surgem massas de terra continentais e insulares de tamanhos variados, cuja configurações também mudam ao longo do tempo geológico.


Por milhares de milhões de anos, os oceanos têm sido ocupados por vida abundante, que evoluiu e se diversificou para ocupar a terra e o ar. Quase toda essa vida depende do fluxo de energia do Sol - e a proteção de sua radiação mais perigosa é feita pela atmosfera gasosa.


De Floresta a Deserto 
Aquecido pelo Sol tropical, o Saara é hoje um dos lugares mais inóspitos do nosso planeta. Entretanto, o clima da Terra não é estático: fósseis e pinturas rupestres mostram que há mais de 6 mil anos, as florestas dessa região abrigavam diversos animais e caçadores humanos nômades.


Uma constante interação dinâmica entre todos os processos da Terra permite à vida florescer na maior parte do nosso planeta. Do espaço, as extensões terrestres podem ser vistas como parcialmente cobertas por vegetação, mas há também grandes porções áridas coloridas de amarelo-marrom por rochas e areias, e outras branqueadas por uma coberura permanente de gelo e neve, onde há pouca ou nenhuma cobertura vegetal e a vida apenas se mantém. A superfície sólida e líquida da Terra é envolvida pela camada gasosa que conhecemos cmo atmosfera, com seus rápidos redemoinhos flutuantes de nuvens de vapor d'água nos níveis mais baixos.


 O comportamento dinâmico da Terra é impulsionado por duas fontes principais - uma localizada no Sol e outra no interior da Terra. Ambas são, basicamente, formas de calor provenientes de decaimento radioativo, e ambas propiciam enormes benefícios para o sistema da Terra e garantem a sua sobrevivência, provavelmente por mais 5 bilhões de anos.


A energia solar incidente sobre a atmosfera da Terra aquece a superfície, controla seu clima e seus sistemas hidrológicos e promove os processos de erosão e transporte de sedimentos. A outra fonte de calor, o núcleo da Terra, faz com que as rochas sólidas do manto (camada abaixo da crosta) se movimentem lentamente, assim como uma sopa fervente desenvolve células de convecção com movimentos circulares. Isso permite que o calor seja transferido de forma mais eficiente para a superfície, comparado à simples condução através da rocha estática. A convecção do manto trabalha com a gravidade para acionar a atividade das placas tectônicas na superfície da Terra.


A frágil camada de rochas mais externas da Terra é quebrada em um mosaico de placas tectônicas, e a convecção do manto é considerada como a responsável pela lenta, mas implacável, movimentação entre elas. 


Força Interior

O calor interno da Terra é demonstrado de forma mais dramática pelos vulcões em erupção. O vulcão Kilauea, na Ilha do Havaí, no Pacífico, está situado sobre uma pluma de calor ascendente. Esse calor funde parcialmente as rochas do manto para formar a lava basáltica, que flui através da chaminé vulcânica e de fissuras, e aqui é vista escorrendo para o mar.






 No decorrer do tempo geológico, as placas podem divergir, despejando enormes quantidades de lava para criar uma nova crosta oceânica. Como a Terra não se expande, a divergência das placas deve ser equilibrada pela sua convergência, em que as margens de placas oceânicas mais frias e mais densas descem de volta para o interior da Terra ao longo de fraturas nas profundezas do oceano - processo conhecido como subducção.


Os movimentos das placas são responsáveis pela maioria dos terremotos do nosso planeta e pelas erupções vulcânicas, que se concentram ao longo dos limites das placas. Os processos das placas tectônicas explicam a formação, a mudança de tamanho e a distribuição das bacias oceânicas, extensões terrestres e ilhas, bem como a maioria de suas características proeminentes, tais como altas cadeias de montanhas, planícies e vales profundos. Sem o dinamismo tectônico movido por seu calor interno, a superfície da Terra seria parecida como a da Lua: antiga e imutável, exceto pelos raros impactos de meteoritos.


Corpos de rocha e gelo, que variam em tamanho de um grão de poeira até pequenos planetas, se chocam com a Lua, a Terra e outros planetas do Sistema Solar. Suas crateras são facilmente visíveis na Lua, mas os contínuos processos geológicos da Terra tendem a ocultá-las e até mesmo a apagá-las. Fósseis e registros em rochas nos dizem que a continuidade da vida foi duramente afetada em momentos específicos no passado por grandes impactos, incluindo um ocorrido há 65 milhões de anos que levou à extinção de cerca de 70% de todas as espécies, incluindo os dinossauros. 


Com o tempo, os processos geológicos - muito associados à atividade das placas tectônicas - forjaram materiais que provaram ser de grande valor para o desenvolvimento humano. Estes incluem exemplos óbvios, como os metais preciosos, minérios e hidrocarbonetos (petróleo e gás natural), bem como materiais menos óbvios, como areia e cascalho, que as sociedades modernas consomem em grandes volumes. A água doce é um recurso essencial da Terra cuja relevância, para muitos, passava despercebida. Hoje ela está seriamente em falta para uma parcela considerável da população humana.



Cadeia Alimentar do Lago Natron

Os ecossistemas da Terra envolvem interações complexas entre sistemas vivos e não vivos. Por exemplo, a água do Lago Natron, na Tanzânia, é altamente alcalina, pois é alimentada por ascentes que surgem em áreas de rochas vulcânicas. A água sustenta populações de algas e minúsculos crustáceos que são ingeridos por flamingos, os quais, por sua vez, são predados por aves de rapina. 











 O mais importante para a vida tem sido o suprimento de energia radiante do Sol que banha a superfície da Terra. Os ambientes da Terra variam de congeladas calotas polares a desertos tropicais quentes e secos, e de escuras profundezas pressurizadas dos oceanos a topos de montanhas com pouco oxigênio, mas com altos níveis da prejudicial radiação ultravioleta. Do ponto de vista da Terra, esses podem parecer ambientes extremos, pouco favoráveis à vida. Entretanto, em comparação com a Lua e outros planetas do Sistema Solar, que também recebem energia do Sol, a Terra tem uma combinação única de condições. Essas condições têm sustentado e promovido a evolução da vida, que, pelo que podemos dizer, é única no Sistema Solar. Cerca de 4 bilhões de anos de evolução produziram uma maravilhosa diversidade de plantas e animais bem adaptados às condições existentes na Terra, incluindo a colonização de muitos ambientes extremos.

A diferença essencial entre a esterilidade "morta" da Lua e a vitalidade da Terra é em grande parte motivada pela presença da atmosfera e pela água abundante em nosso planeta. Embora a Lua e a Terra recebam uma quantidade semelhante de energia radiante do Sol, a atmosfera rica em dióxido de carbono de nosso planeta modera as temperaturas da superfície para uma média de 15ºC, em comparação à temperatura de 1ºC da Lua. Assim, nossa atmosfera espessa e rica em gás permite que a maior parte da água da Terra exista em estado líquido na superfície. Em contraste, a atmosfera da Lua é extremamente tênue, e embora haja um pouco de água congelada entre os restos de rocha nos polos lunares, não é propícia para a evolução da vida.


Florestas Antigas

As árvores são alguns dos maiores seres vivos na Terra. Esses exemplares maduros de sequoias da Califórnia, EUA, são uma reminiscência das florestas de 100-65 milhões de anos atrás. As árvores competem por luz solar, a qual elas combinam com o dióxido de carbono e convertem em material vegetal, enquanto liberam oxigênio para a atmosfera e "aprisionam" carbono.


Sem água superficial no estado líquido, a grande maioria dos organismos vivos da Terra não poderia sobreviver.

A atmosfera também protege a vida da radiação solar prejudicial, como a luz ultravioleta. A composição da atmosfera tem evoluído desde os primórdios da história da Terra, quando ainda não havia nenhuma proteção contra raios ultravioleta. Atualmente, a atmosfera é composta principalmente por nitrogênio (78% em volume) e oxigênio (21%), boa parte do qual de origem biológica. DEve-se ressaltar que a atmosfera também contém vapor d'água, o qual contribui para os sistemas de nosso clima, e uma série de outros gases, em particular o metano e o dióxido de carbono, mais conhecidos como gases do efeito estufa. Absorvendo e reirradiando o calor da superfície, esses gases impedem a perda de parte da energia solar e, consequentemente, elevam a temperatura da atmosfera.

A temperatura média do ar na superfície da Terra vem aumentando nas últimas três décadas; esse fenômeno é chamado de aquecimento global. Durante o mesmo período, a liberação pelos seres humanos do dióxido de carbono por meio da queima de hidrocarbonetos também aumentou dramaticamente, levando a maioria dos cientistas e formadores de políticas globais a concluir que a atividade humana é a principal causa do atual aquecimento global. A histórica retração de muitas geleiras nas montanhas e a recente ruptura de placas de gelo da Antártica devem elevar os níveis do mar globalmente, ameaçando grande parte das férteis e densamente povoadas regiões costeiras do mundo. As mudanças dinâmicas no sistema de tretroalimentação entre os oceanos, a atmosfera e a radiação solar incidente têm causado alterações climáticas significativas no decorrer do tempo geológico. Os climas globais têm oscilado entre estados de gelo glacial e de estufa aquecida. Apesar do atual aquecimento global intensificado pelo homem, é discutível se estaremos livres do recente estado glacial dos últimos 1,8 milhão de anos. Conforme olhamos para o futuro, uma coisa é certa: o sistema da Terra não ficará estático, mas será tão dinâmico quanto tem sido desde a formação do nosso laneta, há 4,56 bilhões de anos.


Energia Atmosférica 

Vastas quantidades de energia são transferidas na atmosfera da Terra. Uma única tempestade, por exemplo, libera, em uma hora, a energia equivalente à queima de 7 mil toneladas de carvão. Essa transferência de energia é potencialmente letal - como quando a energia elétrica se acumula e é transferida entre as nuvens da tempestade e a superfície na forma de relâmpago.





(Fonte: Isto É - Enciclopédia Ilustrada da Terra)





 


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