terça-feira, 27 de dezembro de 2016
sábado, 17 de dezembro de 2016
Em um ano, Amazônia perdeu 859 árvores por minuto
Enviado em 14 de dezembro de 2016 | No programa: Ação Planeta |
Escrito por André Trigueiro | Publicado por Vanessa Cavalcanti
Entre agosto de 2015 e julho de 2016, a Amazônia perdeu 859 árvores por minuto. Esses 7.989 km² de destruição equivalem a cinco vezes a área total do município de São Paulo
e confirmam uma perigosa tendência de descontrole sobre o desmatamento,
já que este é o terceiro ano seguido de aumento da destruição da
floresta.
Na opinião de especialistas, há uma relação desses dados com o Código
Florestal aprovado em 2012 sob as bênçãos do então relator, o deputado
Aldo Rabelo, que o dedicou “aos agricultores brasileiros”.
De nada adiantaram as advertências de que o texto fragilizava os
mecanismos de proteção das áreas verdes, os protestos da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência, a denúncia da Agência Nacional
de Águas de que o texto aprovado ameaçava a resiliência das bacias
hidrográficas, a veemente crítica de Aziz Ab’Saber –um dos maiores
cientistas do país– de que o código favorecia os que têm mais dinheiro.
Aprovada e sancionada, a nova lei estabelecia um prazo para que os
proprietários rurais preenchessem o CAR (Cadastro Ambiental Rural) e,
dessa forma, se enquadrassem nas regras de proteção que definiam um
percentual de área verde preservada que variava de acordo com o bioma
onde estivesse inserida (80% de proteção na Amazônia, 35% no cerrado,
20% nos Campos Gerais, e 20% em biomas das demais regiões do país).
O prazo definido para o preenchimento do CAR já expirou sem que a
totalidade dos proprietários tenham cumprido a lei, o que obrigou o
governo a prorrogar a data final de entrega do documento para
31/12/2017.
Para o Ministério do Meio Ambiente, proprietários rurais estariam desmatando áreas de floresta antes de formalizarem a entrega do CAR, o que explicaria em parte o avanço do desmatamento (outra causa possível é a falta de recursos, que paralisa a fiscalização).
O ministério assegurou dispor de meios que permitem flagrar essa
tentativa de fraudar a produção de dados, e afirmou aguardar o sinal
verde da Controladoria Geral da União para divulgar os números já
reunidos, permitindo assim que qualquer um possa monitorar eventuais
desmatamentos ilegais. O anúncio elevou a tensão entre os ruralistas.
Para ler esse texto até aqui, caro leitor, você consumiu tempo suficiente para a destruição de mais 1.289 árvores.
Até hoje, uma área verde equivalente a metade do Estado do Amazonas já
foi destruída na maior floresta tropical do mundo. Desmatamento ilegal é
crime. Mas quem vai para a rua pedir o fim dessa impunidade?
Publicação: mundosustentavel.com.br
Foto ilustrativa: pexels.com
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