Esponja:
um dos animais mais simples do planeta, com tecidos parcialmente
diferenciados (parazoas), mas sem músculos, sem sistema nervoso, sem
órgãos internos.
Existem mais de 15.000 espécies modernas de esponjas conhecidas, que
podem ser encontradas tanto na superfície da água quanto a 8.000 metros
de profundidade.
A maioria das esponjas alimenta-se por filtração: elas filtram a água
em busca de bactérias e outros organismos unicelulares, bombeando-a
para seu corpo e retendo as partículas de alimento nas suas células.
Basicamente, um bicho muito pacato e virtualmente indefeso. A não
ser, é claro, que estejamos falando da esponja-harpa, uma nova espécie
conhecida como Chondrocladia lyra encontrada na Califórnia em 2000.
O que ela tem de diferente? Bom, para começar, é carnívora.
Geólogos, não biólogos marinhos, foram os primeiros a detectarem a
espécie. Os pesquisadores estavam investigando a costa norte da
Califórnia usando veículos operados remotamente executados pelo Monterey
Bay Aquarium Research Institute, em Moss Landing, Califórnia (EUA), e
observaram as esponjas via uma estrutura ancorada a cerca de mil metros
de profundidade em planícies lamacentas.
A descoberta
“Nós estávamos espantados. Ninguém tinha visto este animal com os próprios olhos antes”, disse o biólogo Lonny Lundsten.
Mais tarde, cientistas recolheram duas esponjas e fizeram observações
em vídeo de mais 10. A comparação com outras esponjas carnívoras
confirmou que Chondrocladia lyra era uma nova espécie e revelou alguns
pontos interessantes sobre o ciclo de vida da esponja.
As esponjas vivem cerca de 3,5 km abaixo da superfície do oceano.
Elas se “agarram” ao fundo do mar lamacento, vivendo entre outras
criaturas misteriosas.
Sua aparência esquisita é o que a ajuda a se alimentar. A esponja
parece um candelabro do alto-mar com esses “ramos” apontados para cima.
Por conta da sua semelhança com uma harpa, foi apelidada de
“esponja-harpa”.
O animal possui farpas que atuam como um “velcro” sobre seus ramos
verticais para prender pequenos crustáceos chamados copépodes, quando
eles nadam perto da esponja. Em seguida, células especializadas para
digerir as presas cercam o nadador capturado e lentamente começam a
comê-lo.
Esses ramos verticais também estão envolvidos na reprodução do
animal: as pontas de cada ramo, como é possível ver na imagem acima,
possuem “bolas” cheias de pacotes de espermatozoides que são libertados
para a água quando amadurecem.
Cientistas acreditam que uma vez que estes pacotes entram em contato
com outra esponja-harpa, procuram o seu caminho ao longo dos ramos até
encontrarem óvulos para fertilizar.
As primeiras esponjas-harpa descobertas tinham apenas dois “ramos”.
Mais tarde, outras operações revelaram criaturas com até seis ramos. O
maior tinha 36 centímetros de altura.
Os pesquisadores acreditam que a esponja-harpa evoluiu esta elaborada
estrutura semelhante a um candelabro para aumentar a área de superfície
que expõe a correntes, capturando, assim mais presas.
Esponjas carnívoras
Embora essas duas palavras não pareçam combinar, há pouco tempo
(menos de 20 anos) os pesquisadores descobriram que esponjas podem ser
carnívoras. Como a maioria delas vive no fundo do oceano, fica difícil
entender completamente seu estilo de vida.
As esponjas-harpa recolhidas pelos cientistas marcam a primeira vez
os pesquisadores observaram o ciclo completo de reprodução de uma
esponja carnívora.
A maioria das esponjas libera esperma para que eles “nadem
ativamente” na água do mar ao redor, mas parece que todas as esponjas
carnívoras transferem sêmen em pacotes condensados (espermatóforos).
A melhor teoria até agora é de que as bolas inchadas na ponta dos
ramos verticais da esponja-harpa são liberadas na corrente para que
outras esponjas capturarem esses pacotes através dos filamentos finos ao
longo de seus ramos. [ScienceNow, OurAmazingPlanet]
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