sábado, 15 de agosto de 2015

Pesquisadores da Nasa descobrem planeta "primo mais velho" da Terra

Descoberta do planeta  "primo  mais  velho"  da  Terra foi confirmada hoje pela  
Missão  Kepler    Divulgação/Nasa

A Missão Kepler, da Nasa, confirmou hoje (24) a descoberta de um planeta de dimensão próxima à da Terra e que orbita uma estrela parecida com o Sol. O Kepler-452b está localizado em uma “zona habitável”, definição dada a áreas do espaço em volta de estrelas que têm temperatura parecida com a da Terra e apresentam condições para a existência de água líquida na superfície de corpos celestes.

“Podemos pensar no Kepler-452b como um primo mais velho e maior da Terra, que traz a oportunidade de entendermos a evolução do ambiente terrestre.”, declarou ao site da Nasa o pesquisador Jon Jenkins, líder da equipe que analisa os dados da sonda Kepler, telescópio espacial usado para exploração de planetas extrassolares.

O diâmetro do Kepler-452b é 60% maior que o da Terra. A massa e a composição do planeta ainda não foram determinadas, mas as pesquisas indicam que o planeta é rochoso. A órbita do planeta em volta da estrela chamada Kepler-452, o sol do novo planeta descoberto, dura 385 dias. A estrela que o Kepler-452b orbita tem 6 bilhões de anos, 1,5 bilhão a mais que o Sol. A estrela é mais brilhante que o Sol, mas tem a mesma temperatura.

"É muito inspirador considerar que esse planeta passou 6 bilhões de anos na zona habitável de sua estrela, período mais longo que o do planeta Terra. É uma oportunidade substancial para o surgimento da vida, com todos os ingredientes e condições necessárias para que a vida exista neste planeta”, ressaltou Jenkins.

Além do Kepler-452b, os cientistas apontaram mais 11 candidatos a gêmeos da Terra, exoplanetas com diâmetro entre uma e duas vezes o terrestre e que orbitam estrelas semelhantes ao Sol em tamanho e temperatura.

O administrador do Diretório de Missões Científicas da Nasa, John Grunsfeld, lembrou que a descoberta do planeta primo da Terra ocorreu no vigésimo aniversário da descoberta que provou a existência de estrelas, que, como o Sol, também abrigavam planetas. “Esse resultado excitante significa um passo a mais na descoberta de uma Terra 2.0”, afirmou .


Edição: Carolina Pimentel
Fonte: Agência Brasil 

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Cidade holandesa será a primeira do mundo com uma estrada feita com plástico reciclado


A Holanda pode se tornar o primeiro país do mundo a pavimentar suas ruas com garrafas plásticas, após a prefeitura da cidade de Roterdã afirmar que está considerando implantar um novo tipo de cobertura para suas ruas, considerado por seus criadores como uma alternativa mais sustentável ao asfalto.

A empresa VolkerWessels apresentou nessa sexta-feira (10) os planos para uma superfície feita inteiramente com plástico reciclável, que precisaria de menos manutenção do que o asfalto e poderia aguentar grandes variações de temperatura, entre -40ºC e 80ºC.

As estradas poderiam ser construídas em questão de semanas, ao invés de meses, e durar três vezes mais, segundo seus inventores.

A produção de asfalto é responsável pela emissão de 1,6 milhão de toneladas de CO2 por ano no mundo todo, quase 2% de toda poluição gerada nas estradas e ruas do planeta.

"O plástico oferece todos os tipos de vantagem, comparando-se ao modo como as ruas e estradas são feitos atualmente, tanto na construção das ruas como na manutenção delas", afirma Rolf Mars, executivo da VolkerWessels.

As estradas de plástico são mais leves, reduzindo o impacto no solo, e ocas, tornando mais simples a instalação de cabos e encanamentos embaixo da superfície.

Cada pedaço de estrada pode ser pré-moldado em uma fábrica e transportado até onde eles serão instalados, reduzindo o transtorno causado pela construção de estradas. Ou seja: menos congestionamento por causa das obras na pista.

Mars afirma que o projeto PlasticRoad ainda está em um estágio conceitual, mas a empresa espera conseguir construir a primeira estrada completamente reciclada em até três anos. A cidade de Roterdã já assinou um acordo para realizar o primeiro teste da tecnologia.
 
 
Fonte: Planeta Sustentável, por Gabriel Garcia, INFO, em 10/07/2015

Pesquisa brasileira precisa estar na vanguarda para enfrentar mudança climática


O maior uso de biocombustíveis é uma das ações apresentados por Cerri para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e consequentemente o aquecimento global
 
Para enfrentar os desafios das mudanças do clima e as exigências do mercado internacional, a pesquisa brasileira tem de estar na vanguarda do conhecimento. É o que afirma o professor e pesquisador do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena-USP), Carlos Cerri. Ele foi um dos palestrantes do segundo dia do Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja, que ocorrem em Florianópolis (SC) até o dia 25 de junho.

De acordo com Cerri, cientistas brasileiros precisam conhecer os sistemas produtivos e quantificar a pegada de carbono de cada cadeia.
 
“O Brasil precisa gerar dados, precisa estar na vanguarda. Temos de fazer pesquisa de ponta e publicarmos para termos os dados e proteger a nossa agropecuária”, afirmou Cerri.
 
Como exemplo ele apresentou a situação do biodiesel de soja brasileiro utilizado na Europa. Para ser viável, ele deve apresentar uma redução de 35% na emissão de carbono equivalente em relação ao combustível fóssil. Números gerados fora do país indicaram que esse índice era de apenas 31%, o que inviabilizava seu uso. Entretanto, ao pesquisar a campo, encontrou uma redução de 65 a 68%.
 
“Avaliamos toda a cadeia produtiva, com dados obtidos desde as fazendas até a chegada do biodiesel ao consumidor europeu, e encontramos uma redução de 65 a 68% das emissões. Vimos que o biocombustível brasileiro é competitivo”, disse o pesquisador.
 
O maior uso de biocombustíveis é uma das ações apresentados por Cerri para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e consequentemente o aquecimento global. Como uma das principais atividades emissoras de gases, a agropecuária também pode contribuir nesse processo. Para isso, estratégias como a recuperação de pastagens degradadas, a fixação biológica de nitrogênio, o plantio direto na palha, a integração lavoura-pecuária-floresta, o reflorestamento e o tratamento de resíduos animais são ações que contribuem para menor emissão e fixação de carbono no solo.
 
“As alternativas já existem e outras estamos produzindo. Na medida em que conhecemos as fontes de emissão, vamos encontrar novas alternativas”, disse o pesquisador da Cena-USP.
 
De acordo com o Carlos Cerri, em menor ou maior escala, as estratégias conhecidas já estão sendo adotadas no Brasil. Aliadas à redução do desmatamento, elas têm contribuído para que as emissões de gases de efeito estufa não sejam maiores no país. Porém, ainda é preciso maior adoção dessas tecnologias.
 
“As soluções para a redução das emissões já estão ocorrendo. Mas é preciso fazer uma agricultura com mais inovação, mudando as práticas. Para isso, precisamos de novos profissionais em áreas como modelagem, informática, agricultura de precisão, entre outras”, ressaltou.
 
 
Fonte:  Revista Ecoturismo

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Natureza em Portugal

Foto de Jens Böhme.


Poço da Alagoínha – Fajã Grande e Fajãzinha, Ilha das Flores, Açores (Portugal).

A zona da Fajã Grande - Fajãzinha constitui uma das mais belas paisagens litorais dos Açores. Pela extensa parede verdejante que bordeja esta zona desenvolvem-se quase duas dezenas de imponentes quedas de água, com destaque para a da Ribeira Grande, que se despenha num salto de 300 metros. Na base da escarpa existem diversas massas de água permanentes, como é o caso do Poço do Bacalhau ou o Poço da Alagoinha, também conhecido como Lagoa dos Patos. Uma caminhada até à escarpa permite apreciar de perto as cascatas e o cenário montado pela Natureza, que é um convite à contemplação e a um banho retemperador. O cinzento-escuro da rocha, o verde luxuriante da vegetação, o branco enérgico da espuma de água e o azul cristalino da poça, entrelaçam-se para compor uma visão prodigiosa.


Fonte: Portugal+

sábado, 11 de abril de 2015

ECONOMIZE ENERGIA

Desligue a luz (1/10)

Você não precisa dar um tiro na sua TV para fazer a diferença. Simplesmente desligá-la no fim do dia em vez de deixá-la no standby já economiza muita energia.

A média dos lares na Grã-Bretanha poderia economizar até 50 euros por ano apenas desligando os aparelhos em vez de deixá-los em standby. (Foto: Shutterstock)


Aproveite o sol (2/10)

Você não precisa chegar a extremos como esta mulher da Bielorrússia, mas pendurar a roupa do lado de fora em vez de usar uma secadora elétrica economiza muita energia.

As secadoras elétricas padrão respondem por 6% de toda a eletricidade consumida pelos lares norte-americanos. Se todo mundo usasse um varal nos meses quentes, o impacto no consumo nacional de energia seria enorme. (Foto: Reuters)





Baixe a temperatura (3/10)

Os modernos sabões em pó para lavar roupa são mais eficazes em temperaturas mais baixas. Portanto, você vai conseguir tirar aquelas manchas mesmo se lavar suas roupas a 30 graus centígrados em vez de usá-la a 40 graus.

A lavagem em água mais fria poderá economizar até 40% de energia em cada carga de roupa. E se comprar um modelo de lavadora de baixo consumo, você pode conseguir economizar ainda mais, além de economizar água. (Foto: Shutterstock)




Recicle sempre que possível (4/10)

Você sabia? Reciclar uma latinha de alumínio pode economizar eletricidade suficiente para acender uma lâmpada de 100 watts por mais de três horas.

Reciclar reduz o volume de lixo que enviamos para os aterros sanitários ou que precisamos incinerar e, em troca, isso economiza energia e reduz as emissões de CO2. (Foto: Shutterstock)




Tire peso do seu carro (5/10)

Quanto mais coisas você carrega, mais energia você consome ao caminhar. O mesmo se aplica ao seu carro: quanto mais pesado ele estiver, mais combustível será necessário para ele rodar – especialmente nos carros compactos.

Para cada 50 quilos de carga que retirar do carro, você ganha até 2% mais quilômetros por litro – e assim você economiza dinheiro também. (Foto: Shutterstock)



Réguas de tomada inteligentes (6/10)

Mesmo se você desligar a TV e o computador, eles usam continuamente até 20 quilowatts de eletricidade se estiverem conectados à tomada.

Conectar seus equipamentos a uma régua de tomadas e desligá-la durante a noite não requer muito esforço e é um modo excelente para economizar até 8 kg de CO2 por ano! (Foto: Shutterstock)



Cozinhe na menor panela (7/10)

Cozinhar com a menor panela possível e usar a menor boca do fogão tem um duplo impacto: sua comida vai aquecer mais rápido e você vai desperdiçar menos energia.

Usando uma panela de 15 cm de diâmetro sobre uma boca de 8 cm de diâmetro, você perde quase a metade do calor produzido pela chama. (Foto: Shutterstock)



Use um laptop (8/10)

Um computador ecologicamente correto não precisa ser movido a energia humana como este protótipo. Usar um laptop normal já vai consumir até 80% menos energia em comparação com um computador de mesa. Mesmo se conectar um monitor maior no seu laptop, ainda assim você estará economizando energia.

O motivo é o seguinte: o baixo consumo de energia é importante para os laptops, pois define quanto tempo as baterias vão durar. Por isso os laptops usam os dispositivos mais eficientes à disposição em termos de consumo de energia. (Foto: Reuters)


Embalagem reciclável (9/10)

Bolinhas para embalagem feitas de amido que se dissolvem na água são uma alternativa ambientalmente correta. E que tal reutilizar as bolinhas das embalagens que você recebe dos outros? Assim você economiza dinheiro e evita desperdício.

Reutilizar papel de embrulho ou usar folhas de jornal para embrulhar presentes também faz bem ao meio ambiente. (Foto: Shutterstock)


Divulgue as ideias ecológicas (10/10)

Você tem alguma ideia de como favorecer mais o meio ambiente? Acha que seus colegas têm algo para compartilhar também?

Você está vendo aqui um jeito fácil para divulgar esse conhecimento no seu local de trabalho. Então por que não fazer um quadro de ideias ou uma caixa de sugestões? (Foto: Shutterstock)


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As famílias consomem cerca de um terço de toda a energia usada na Europa. Usar a energia de modo mais eficiente pode economizar bastante dinheiro. Eis aqui algumas ideias para você começar a fazer isso.

Fonte: Sustentabilidade Allianz, por Miki Yokoyama


"Tarifa Zero é uma proposta para valer, não é utópica"

                                Por Mobilize Brasil                                   27 de janeiro de 2015.

"O transporte coletivo não é um serviço que possa ser encarado como um 
negócio regido apenas pelo lucro, pelas leis de mercado." (Foto: Reuters)

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Uma entrevista com Lúcio Gregori, ex-secretário de Transportes da cidade de São Paulo e criador da proposta para zerar a tarifa do ônibus urbano.

Os recentes aumentos nas tarifas de transporte urbano no Brasil e as manifestações realizadas pelo Movimento Passe Livre trazem novamente às manchetes a polêmica sobre a necessidade de aumentar subsídios e de mudar a forma como são contratados e geridos os serviços de ônibus nas cidades brasileiras. Para esclarecer o tema, o Portal Mobilize Brasil falou com o economista Lúcio Gregori, um dos maiores defensores da gratuidade do transporte público.

Por que tarifa zero?
A questão tem a ver com o baixo subsídio dado ao transporte urbano no Brasil. No mundo inteiro, em países como os Estados Unidos, França e China, o transporte coletivo é fortemente subsidiado - entre 50% a 70% - pelo estado por meio de taxas. E isso é assim há várias décadas. No Brasil a média gira em torno de 15% e em São Paulo, o subsídio está perto de 20%, um dos mais altos do país.
O transporte coletivo não é um serviço que possa ser encarado como um negócio regido apenas pelo lucro, pelas leis de mercado. Para se ter um sistema de transporte de boa qualidade, no caso de ônibus com tração elétrica, ar-condicionado, câmbio automático etc., o custo de operação vai ser alto e ficará inacessível a boa parte da população. Caso se queira financiar esse transporte de excelência apenas com a tarifa dos passageiros, certamente haverá um colapso. Daí a necessidade de subsídio.

Mas qual seria o nível de subsídio adequado para o Brasil?
Em Xangai, por exemplo, o subsídio é de 60%. Se a cidade de São Paulo adotasse essa cifra, os passageiros pagariam uma tarifa de R$ 1,40, que parece bem mais justa para a renda média da população.

Então, a tarifa zero é uma proposta utópica, apenas para orientar a luta para aumentar o subsídio ao transporte público?
Não. Tarifa Zero é uma proposta para valer, não é utópica. Acontece que se você chega a um subsídio muito alto, com a consequente tarifa mais baixa, o custo da cobrança, os controles necessários, acabam sendo antieconômicos. Nesses casos, a isenção da tarifa surge quase como uma necessidade do gestor público. E com a tarifa mais baixa, as pessoas passam a circular mais pela cidade e dinamizam a economia local.


 / Créditos: Reprodução / TV Gazeta Lúcio Gregori: mudar a forma de gestão do transporte. (Foto: Reprodução / TV Gazeta)

Lembro que no início de 2013, ainda antes das manifestações de junho, a cidade de Santa Bárbara D' Oeste - SP criou uma gratuidade dos transportes públicos aos sábados. Em outubro de 2014, como a Câmara não votou os recursos necessários, esse benefício foi suspenso. E sabe quem mais reclamou? Foi a Associação Comercial da cidade, que viu o movimento do comércio cair fortemente. Então, a tarifa zero tem um efeito virtuoso não apenas no acesso ao transporte, mas também na economia local. E as cidades ganham competitividade, porque mais gente passa a adotar o transporte público, com redução dos problemas de trânsito provocados pelo excesso de automóveis.
Essa polêmica sobre a tarifa zero me lembra a discussão sobre a criação do 13º salário (em 1962, no governo João Goulart), que no início era considerado "uma ideia de comunistas". Hoje ninguém discute que esse recurso é importantíssimo para movimentar a economia do país.


Mas como obter os recursos para financiar subsídios mais altos ao transporte urbano?

Há várias equações possíveis para fechar a conta. Em Paris, por exemplo, cerca de 40% da tarifa são pagos pelas empresas, numa taxação proporcional ao número de funcionários; outros 35% são pagos pelos usuários e o testante é bancado pelo poder público.Se o estado tiver que bancar todo o subsídio, então alguém terá de pagar isso na forma de impostos, o que leva à discussão sobre as políticas tributárias. O problema é que no Brasil a minoria mais rica paga menos impostos do que a maioria mais pobre.


Falta transparência nas planilhas de custos das empresas que prestam os serviços de transporte urbano no Brasil?
As planilhas, tal como apresentadas, não representam muita coisa. Elas trazem o óbvio e, salvo erros grosseiros, ninguém vai conseguir encontrar qualquer inconsistência.
Um dos problemas é que os insumos são lançados nas planilhas com preços de mercado, mas sabe-se que boa parte das empresas do setor conseguem negociar os preços, porque compram em grandes quantidades. Ou, em muitos casos, os mesmos grupos empresariais possuem empresas que vendem ônibus ou combustíveis, ou sejam compram deles mesmos. Além disso, as planilhas estão desatualizadas; elas foram geradas a partir de critérios do Geipot (Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes, organismo criado em 1965), há mais de 25 anos, que já não correspondem à realidade do momento.
A forma mais transparente de elaborar uma planilha de custos seria a criação de um conselho de tarifas, com representação de vários setores da sociedade, incluindo o empresariado, sindicatos de trabalhadores, associações e organizações de usuários, além da prefeitura e das empresas de transportes.


Por que o movimento Tarifa Zero questiona a forma como as empresas exploram o transporte urbano no Brasil?
O problema central é a forma de concessão, é o modelo de contratação adotado pelas prefeituras. Em São Paulo, a forma de remuneração é sobre o número de passageiros transportados, o que é um absurdo. Esse é um estímulo para que o empresário coloque o maior número de passageiros no menor número possível de ônibus. Antes, até 2003, o contrato era por fretamento da frota, com um certo número de passageiros e uma quilometragem prevista por dia.
A forma mais correta seria contratar o serviço a ser prestado: a prefeitura deveria fretar um conjunto de veículos, em boas condições, bem limpos, com todas suas funções em ordem, com os motoristas. Caberia às empresas fornecer essa infraestrutura e ao município a operação e administração das linhas. Enfim, seria um contrato por custo operacional mais custos de capital.

Leia mais sobre a proposta da Tarifa Zero no site tarifazero.org

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Fonte: Sustentabilidade Allianz

sábado, 28 de março de 2015

Esta água, passarinho bebe?


A sabedoria popular desenvolvida na convivência e na observação da Natureza, possibilitou às populações tradicionais a possibilidade de sobreviver, enquanto espécie, ao longo de milênios. Nossos ancestrais que viviam no campo, nas florestas e nas montanhas não bebiam água que passarinho não bebe, não comiam frutos e folhas que os animais não tocavam, corriam para seus abrigos quando viam as manadas em disparada, prenúncio seguro de temporais, ciclones e tsunamis. 

Transmitiam seus conhecimentos às novas gerações, que os retransmitiam aos seus descendentes mesmo quando estes já viviam na polis, na urbe. Mas nos últimos 250 anos, mais especialmente a partir da revolução industrial, quando o modelo de desenvolvimento adotado já começava a produzir pobreza e exclusão social, as populações passaram a se concentrar em grandes aglomerados urbanos, o que tornou a possibilidade de observância dos ciclos e fluxos da Natureza, cada vez mais rara. 

Assim, geração a geração, fomos esquecendo o que nossos ancestrais sabiam e intuíam e nos lançamos na consolidação de um inconseqüente paradigma civilizatório em que fizemos do Oikos, do Lar Terra, apenas uma fonte de recursos naturais.Em nossa ignorância, imaginamos que estes eram inesgotáveis e que podíamos impunemente seguir nossa trajetória de destruição. 

Conquistando novos territórios a cada vez que exauríamos o anterior, extraindo dele suas riquezas minerais, cortando e queimando suas florestas para construir nossas casas e obter a energia que necessitávamos, produzindo riquezas e descartando os resíduos em qualquer local, desde que fosse longe de nós. 

Voltamos as costas aos rios e demais cursos d’água, tratando-os como canais que levariam para longe, muito longe, os desagradáveis restos do que consumíamos. E os anos foram passando... Enquanto procriávamos íamos a busca de mais horizontes, de mais riquezas naturais, mais espaço. Inventamos novas tecnologias, descobrimos a força e o poder da energia fóssil que arrancamos do fundo da Terra, processamos, industrializamos e passamos a queimar diuturnamente nos quatro cantos do planeta. 

A ciência e a tecnologia nos trouxeram mais conforto, eliminaram distâncias físicas, nos possibilitaram cruzar os céus, até para a Lua fomos, e prosseguimos em nossa trajetória de glória e poder até que um dia, de repente (terá sido de repente?), a Natureza, esta que há tanto havíamos domado, nos mostra sua face mais dura, expõe a instabilidade de seus humores. 

Ataca e mata impiedosamente, sem aviso prévio, sorrateiramente, coloca-nos armadilhas. 

Comemos seus peixes e eles nos envenenam, bebemos sua água e adoecemos, vamos à praia e somos afogados por ondas gigantes, seus ventos varrem nossas casas, os rios ora secam, ora transbordam, transformam nossas cidades em depósitos de lixo, (de onde vem mesmo tanta sujeira?), o ar que respiramos nos destrói os pulmões, nos faz arder os olhos. 

Lembramo-nos então daqueles que há décadas vinham nos alertando sobre os perigos à espreita, demo-nos conta de que desde há muito, milhares, milhões de pessoas estavam à margem deste glorioso e triunfante processo de conquista do Universo e já enfrentavam, nas inóspitas regiões em que habitam sérias dificuldades de sobrevivência.

Mas quem se importaria então com a seca, com a fome, com as enchentes, com as pragas, as doenças de veiculação hídrica, com a exclusão, com a tragédia da miséria que assolavam sistematicamente algumas partes do Planeta?

Elas se passavam longe, muito longe de nós... 

Mas agora, quando a ciência que criamos e que julgávamos capaz de solucionar todo e qualquer problema dos humanos, começa a nos mostrar que, pela primeira vez na história da humanidade, está posta em xeque a continuidade da nossa caminhada enquanto espécie no Planeta Terra, sentimo-nos desamparados, indefesos, fragilizados.

A perplexidade toma conta de nós, quando, finalmente, percebemos a íntima relação entre o nosso modelo civilizatório predatório excludente, a destruição do meio ambiente, o rompimento do equilíbrio ecológico que a Natureza teceu em milhões de anos de trabalho cósmico e o caos que ameaça a todos em todos os recantos do mundo, sem distinção de etnia, de classe social, de gênero, de nacionalidade, de escolaridade. 

O que fazer agora, qual o papel de cada um de nós, cidadãos do Planeta? Como prosseguir à luz da tragédia anunciada? Como partir do temor que paralisa para a ação que pode trazer alternativas de caminhos, de soluções? O Dia Mundial da Água é um excelente momento para que façamos esta reflexão. Sem razões para comemorar, dediquemo-nos a pensar como vamos cuidar deste bem imprescindível para a nossa sobrevivência, vida e de todas as espécies que conosco compartilham a Terra. 

Lembremos-nos que Planeta Terra é azul quando visto do espaço, mas não tenhamos ilusões, uma vez que 97% dos 2/3 de sua superfície composta de água é salgada! Dos 3% restantes, a maior parte está nos icebergs em forma de gelo. Assim a água acessível ao consumo humano, que é encontrada em rios, lagos e alguns reservatórios subterrâneos, somam apenas 0,3%, ou 100 mil km³. 

Ao mesmo tempo em que aumentamos o consumo de água em nossas atividades produtivas e em nosso cotidiano, continuamos, de forma inadmissível, poluindo com lixo, esgoto e agrotóxicos, os recursos hídricos de que dispomos. Esquecemos, neste processo perverso, que a quantidade de água na Terra é praticamente invariável há 500 milhões de anos. 

As mudanças que ocorrem são em sua distribuição, pois a água não permanece imóvel, se recicla por meio do Ciclo Hidrológico, cujo equilíbrio encontra-se ameaçado pelo aquecimento global, pelo desmatamento e pela poluição. 

Enquanto isto a escassez de água potável já atinge 20% da população e a ONU afirma que se a população mundial continuar aumentando 80 milhões de habitantes por ano, entre os anos de 2025 e 2050, 40% da população já estará sem acesso à água potável. Somente nos últimos 50 anos, aconteceram em todo o mundo cerca de 500 conflitos armados tendo como causa prima à disputa pela água. 

Metade do leito dos hospitais é ocupada por doenças veiculadas pela água. A cada ano as doenças provocadas por ela causam 03 milhões de mortos no mundo, crianças na maioria, e provocam mais de 1 bilhão de enfermidades. No Brasil, que detém 12% da água doce do mundo, 80% das doenças são causadas ou disseminadas pela falta de saneamento e 40% das torneiras dos nossos lares derramam água com qualidade não confiável. 

São Paulo, a megalópole emblemática, resume em seus números toda fragilidade de um modelo de distribuição territorial que se esqueceu de levar em conta a geografia da Natureza. Aqui vivem 22% da população do Brasil e aqui só estão 1,6% da água de nosso país, consumimos 210 milhões de litros de água por hora (116 piscinas olímpicas) que vamos buscar a mais de 80 km de distância da capital. 

No dia de hoje, deveríamos parar tudo para debater em fóruns, na praça pública, nos palácios, este que é, ao lado das mudanças climáticas, o maior desafio do século XXI, o acesso à água de boa qualidade, o gerenciamento adequado dos recursos hídricos de que ainda dispomos.

A partir da reflexão, do debate, (e do medo), quem sabe tomamos juízo e passamos a agir como cidadãos conscientes, adequando nossas atividades cotidianas a padrões de sustentabilidade, participando ativamente da organização de nossa comunidade, articulando-nos nacionalmente para influenciar políticas públicas sérias e ecologicamente corretas, fiscalizando, reivindicando, sentindo-nos parte da imensa e maravilhosa comunidade biótica. 

*Miriam Duailibi é presidente do Ecoar, uma das principais ativistas ambientais brasileiras da atualidade. Autora de diversos livros, artigos e textos sobre o tema é reconhecida internacionalmente por seus inovadores projetos socioambientais. Fundou em 92 a Ecoar, organização sem fins lucrativos da qual faz parte o Instituto Ecoar para Cidadania, o Centro Ecoar de Educação para Sociedades Sustentáveis e o a Associação Ecoar Florestal, responsável pela produção anual de 2 milhões de mudas para a reposição de florestas no Brasil. 

AUTORIA: Miriam Duailibi 

Sobre o Instituto Ecoar para a Cidadania:

O Instituto Ecoar é uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), sem fins lucrativos, que atua com educação ambiental, cidadania e projetos florestais. Sua missão é contribuir para a construção de sociedades sustentáveis e em equilíbrio com a natureza. 

Fundada por um grupo de ambientalistas e pesquisadores após a Eco-92 e o Fórum Global, é responsável pela implantação de mais de 50 projetos de meio ambiente e educação em todo país. Credenciada pelo IBAMA e DPRN para desenvolver o Programa de Reposição Florestal Obrigatória no Estado de São Paulo, possui dois viveiros que juntos produzem mais de 02 milhões de mudas por ano. 

Por.: Miriam Duailibi
Fonte: Trama Web / Site ANIMAL LIVRE
Matéria publicada em Hospital Espiritual do Mundo


sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

2015 é o Ano Internacional dos Solos


A nomeação é uma tentativa da ONU de chamar atenção para a 
riqueza e a fragilidade do recurso, além de mobilizar a população para a 
 importância de preservar e de recuperar os solos
Foto: Reprodução/FAO
 
 por Marina Maciel, Planeta Sustentável
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Eleito como tema do ano de 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o solo é um dos materiais biológicos mais complexos do planeta. Leva mais de mil anos para formar dois centímetros de solo superficial, e apenas um punhado dele pode conter bilhões de micro-organismos.

A nomeação de 2015 como Ano Internacional dos Solos é uma tentativa da ONU de chamar atenção para a riqueza e a fragilidade do recurso, além de mobilizar a população para a importância de preservar e de recuperar os solos, devido ao desmatamento ou ao uso agrícola inadequado.

Os índices de degradação e contaminação do solo são alarmantes: 33% das terras do planeta estão degradadas, por razões físicas, químicas ou biológicas, estima a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Sem o solo, ficaríamos sem ter o que comer e perderíamos um dos serviços ecossistêmicos vitais que sustentam nosso bem-estar econômico, social e ambiental.

A agenda de debate do tema é para o ano todo. Ao mesmo tempo em que negociadores climáticos estarão reunidos em dezembro deste ano, em Paris, para a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP21) cientistas de todo o mundo também se reunirão, em Dijon, na França, para a primeira Conferência Global sobre Biodiversidade dos Solos. Logo em seguida, será lançado o primeiro Relatório Estado dos Recursos do Solo Mundiais.
Para registrar tudo a respeito dessa celebração, a FAO lançou site em seis idiomas (árabe, espanhol, francês, inglês, japonês e russo). E listou seis fatos sobre solos saudáveis:

- são a fundação para a vegetação, que é cultivada ou manejada para alimentação, fibra, combustível e produtos medicinais;
- são a base da produção de comida;
- sustentam a biodiversidade do planeta e eles abrigam um quarto do total;
- ajudam a combater e a adaptar às mudanças climáticas ao ter papel fundamental no ciclo de carbono;
- armazenam e filtram água, melhorando nossa resiliência a enchentes e secas;
- é um recurso não renovável, o que torna sua preservação essencial para a segurança alimentar e para nosso futuro sustentável.

Para dar força à causa, o dia 5 de dezembro também foi instituído Dia Mundial do Solo, e foi celebrado pela primeira vez em 2014. No vídeo abaixo, feito pela ONU para comemorar a data, veja em apenas um minuto porque é tão importante preservar o recurso:




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 Extraído de National Geographic Brasil