sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Fórum Econômico Mundial - Riscos Globais 2013

O Fórum Econômico Mundial divulgou recentemente o seu relatório intitulado 2013 Global Risks Report, delineando os maiores riscos à estabilidade global. Aqui estão dez dos principais riscos.

 

Desequilíbrio fiscal crônico (1/10)

Depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter emprestado 1 trilhão de euros em dinheiro aos bancos da Europa no início de 2012, na metade do ano os mercados foram assolados pelo receio de que a Espanha pudesse seguir o caminho de Grécia, Irlanda e Portugal e necessitar de uma operação de bailout – um salvamento financeiro. Em 10 de janeiro, a Espanha começará a vender a sua dívida sob a forma de títulos do governo. O Tesouro espanhol afirma que planeja vender em 2013 o equivalente a 121,3 bilhões de euros em títulos, os quais, espera-se, irão ajudar a contornar uma crise financeira ainda maior.
 
Nos últimos meses de 2012, os legisladores americanos conseguiram impedir por um triz a crise do "abismo fiscal", ressaltando a luta que o país vem travando com a imensa carga da sua dívida pública. (Foto: Reuters)





Crises no abastecimento de água (2/10)

Aproximadamente 1,2 bilhão de pessoas, ou quase um quinto da população mundial, vive em áreas com escassez física de água, e outro 1,6 bilhão de pessoas enfrenta a escassez econômica de água – os países carecem da infraestrutura necessária para obter água dos rios e aquíferos, segundo o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU.

Os episódios de falta de água têm sérias implicações para a saúde e a estabilidade, de acordo com o InterAction Council (IAC), um grupo constituído por 40 ex-líderes de governo e chefes de estado proeminentes, que divulgou em agosto de 2012 um relatório alertando: usar a água do modo como temos feito não irá sustentar a humanidade no futuro. (Foto: United Nations Environment Programme (UNEP)






Má gestão no envelhecimento da população (3/10)

O envelhecimento da população mundial exigirá mudanças no serviço de saúde e nos sistemas de previdência, bem como a reavaliação dos mercados de trabalho, infraestrutura e transportes. O número de pessoas acima de 60 anos excederá 1 bilhão em menos de 10 anos, de acordo com as Nações Unidas – o que representa 15% da atual população mundial e equivale à população de todo o continente africano.

“Precisamos nos comprometer com o fim da má gestão do envelhecimento”, diz Richard Blewitt, CEO da HelpAge International, uma entidade parceira do Fundo Populacional da ONU (UNFPA). “A proteção social e um serviço de saúde amigável para o idoso são essenciais para aumentar a independência dos idosos saudáveis e evitar o empobrecimento na velhice.” (Foto: Reuters)





Emissões crescentes de gases de efeito estufa (4/10)

Ativistas, ambientalistas e representantes de nações em desenvolvimento tinham grandes esperanças para as conversações de Doha sobre o clima em 2012, porém uma vez mais a realidade não correspondeu às expectativas. Descartadas por alguns como um erro, as conversações de fato estipularam um prazo até 2015 para novas reduções nas emissões de gases de efeito estufa, porém os críticos afirmam que essa é apenas mais uma tática para ganhar tempo e que fará com que os países desenvolvidos continuem a “empurrar com a barriga” o problema, em vez de assumirem compromissos financeiros e políticos para lidar com a mudança climática. (Foto: Reuters)





Extrema volatilidade nos preços da energia e da agricultura (5/10)

A volatilidade nos preços dos alimentos e combustíveis tem uma série de impactos, tanto para produtores como para consumidores, muitos deles negativos. Os preços crescentes dos combustíveis têm afetado tudo, desde os lucros e a eficiência das empresas até as taxas de desemprego. A natureza interdependente dos alimentos e combustíveis significa que a alta no preço de uma dessas commodities provoca uma alta no preço da outra, e o aumento na produção e no consumo de biocombustível só complicou ainda mais a questão. (Foto: Reuters)





Fracasso na adaptação à mudança climática (6/10)

Enquanto a mudança climática prossegue rumo a uma meteorologia mais radical, de secas e inundações até ondas de calor, os países – especialmente as nações mais propensas a desastres – precisam investir esforço e verba para mitigar os efeitos. Isso poderá exigir um investimento financeiro da ordem de $100 bilhões de dólares ao ano, de acordo com o Banco Mundial.

Contudo, o risco de fracasso em adaptar e lidar com a mudança climática é ainda maior, revelou um relatório de 2012 feito pela DARA, uma agência humanitária internacional: a mudança climática foi responsável por perdas econômicas globais próximas de 1% do PIB mundial em 2010 e as mortes relacionadas à mudança de clima podem superar 100 milhões até 2030. (Foto: Reuters)






Aguda disparidade de renda (7/10)

As lacunas cada vez maiores entre os cidadãos mais ricos e os mais pobres refletem a desigualdade em curso e o potencial para intranquilidade política e social em todo o mundo. Este mapa permite visualizar as disparidades na renda nacional dos países do mundo medidas segundo o seu índice de Gini. O índice de Gini é um número entre 0 e 1, em que 0 corresponde à igualdade perfeita (todos com a mesma renda) e 1 corresponde à desigualdade perfeita (uma pessoa concentrando toda a renda e as demais com renda zero). As áreas do mapa mostradas em preto têm maior desigualdade de renda, e aquelas em azul royal têm a menor desigualdade. (Foto: Wikimedia Commons, CIA World Report 2009)





Clima extremo persistente (8/10)

Em 2012, as perdas por desastres naturais foram equivalentes a $160 bilhões de dólares no mundo inteiro, segundo a resseguradora Munich Re, sendo que boa parte disso deveu-se aos prejuízos da tempestade Sandy, que teve um custo aproximado de $50 bilhões de dólares no total. A severa seca nos Estados Unidos causou perdas nas culturas agrícolas de cerca de $20 bilhões de dólares.

Em outra parte do mundo, o tufão Bopha causou mais de mil mortes nas Filipinas – a catástrofe mais mortífera do ano.

A Munich Re também observou que os eventos catastróficos do ano foram “dominados por extremos da meteorologia, passíveis de serem atribuídos à mudança climática”. “Sem perspectiva aparente de progresso nas negociações internacionais sobre o clima, como as que houve recentemente em Doha, a adaptação a tais riscos usando medidas de proteção adequadas é absolutamente essencial”, afirmou o Prof. Peter Höppe, chefe de Pesquisa em Georriscos da Munich Re. (Foto: Reuters)






Crises da escassez de alimento (9/10)

Clima extremo, crescimento da população, preços em alta e discórdia política – tudo isso contribui para a escassez de alimentos. O sistema alimentar global tornou-se criticamente instável, e a intranquilidade política piorou o problema em países como a Síria, onde a guerra civil em curso impediu os esforços humanitários de levar alimento para pelo menos 1 milhão de pessoas.

Aproximadamente 14% da população mundial, ou 1 bilhão de pessoas no mundo todo, já sofre de desnutrição, e o aumento nos preços dos alimentos devido à especulação sobre a mudança climática e outros fatores pode piorar perspectivas já tenebrosas. (Foto: Reuters)




Falha na governança global (10/10)

Em um mundo cada vez mais globalizado e interdependente, riscos localizados passaram a ser riscos globais. A crise financeira global e a mudança climática são apenas dois dos maiores problemas que exigem a colaboração mundial e esforços coordenados na elaboração das políticas. O atual impasse na zona do euro enfatizou as diversas dificuldades econômicas e políticas em obter essa colaboração através de fronteiras multinacionais. Ainda assim, os desafios e os riscos do século 21 até agora impeliram a União Europeia a permanecer intocada.

Comentário extraído do Global Policy Journal: “O aumento do risco sistêmico exige uma resposta sistêmica. Uma governança global efetiva e o desdobramento econômico nunca foram tão necessários e urgentes”. (Foto: Reuters)


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Fonte: Allianz Sustentabilidade

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