domingo, 30 de setembro de 2012

Soltura de saguis em áreas verdes: causas e consequências

Um sagui aguarda dentro de uma gaiola após a polícia prender um homem 
 que tentava contrabandear diversos animais raros em sua mala. (Foto: Reuters)
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Após a compra desses primatas, muitos decidem abandoná-los em parques e praças. Mas não imaginam o problema ambiental que estão causando.

Os saguis são primatas bastante conhecidos, com muitas variedades. Uma delas é a constituída pelo sagui-de-tufo-branco e pelo sagui-de-tufo-preto, muito comuns em regiões como São Paulo e Rio de Janeiro, originários do Nordeste e do Centro-Oeste, em cujas estradas costumam ser adquiridos.

Contudo, ao notar que esses pequenos animais têm necessidade de cuidados veterinários, higiene, abrigo, alimentação e autorização do órgão ambiental competente, ou, ainda, que eles causam problemas em função das fezes, da urina e do barulho, as pessoas optam por abandoná-los nos parques municipais e estaduais, que costumam acolher diversas espécies de animais, desde pequenos invertebrados até grandes mamíferos.

Ao abandonar esses animais em áreas verdes, as pessoas acreditam fazer bem ao animal e promover sua "liberdade". O que muitos não sabem é que, além de crime ambiental, esse ato prejudica o indivíduo e compromete a flora e a fauna locais.

Vamos por partes. Primeiro vamos considerar o animal abandonado. Ele foi retirado de seu habitat, de seu grupo (o sagui-de-tufo-preto vive em grupos de até dez indivíduos, e o sagui-de-tufo-branco, em grupos de até cinco indivíduos), confinado em local precário e vendido provavelmente em estradas. Após enfrentar a viagem, vai para uma gaiola até ser, muitas vezes, abandonado em um local desconhecido.

À medida que são abandonados e alimentados pela população, o número de saguis cresce. Com o crescimento do número de indivíduos, cresce também a disputa por espaço, e muitos invadem áreas urbanas, sofrendo atropelamentos e choques elétricos nas fiações.

Do ponto de vista ecológico, os impactos são preocupantes. O sagui-de-tufo-preto, também conhecido como mico-estrela e sagui-do-cerrado, provém da região Centro-oeste, enquanto o sagui-de-tufo-branco é nativo do Nordeste Brasileiro. Apesar de nativos do Brasil, são animais de outras regiões e, ao serem introduzidos em áreas verdes de outros estados, competem com a fauna local por alimento e abrigo, podendo causar a diminuição dessa fauna. Também se alimentam de ovos, comprometendo a população de aves do local. Cabe lembrar que essas aves têm papel fundamental na cadeia alimentar e na regeneração das áreas verdes.

Ainda do ponto de vista ecológico, um fato muito comum é a hibridização. As duas espécies, aos se encontrarem em parques e praças (fato que não ocorreria naturalmente, devido à distância entre as espécies, cruzam e geram o indivíduo híbrido e estéril. Segundo Ricardo Gandara, biólogo do Departamento de Parque e Áreas Verdes de São Paulo (DEPAVE 3 - Fauna), "a hibridização é muito ruim para o futuro desses animais, pois estamos convertendo duas populações de saguis e sua diversidade genética em um único grupo híbrido. Ou seja, vai totalmente contra o princípio de conservação da biodiversidade. Mais grave ainda se considerarmos que a espécie nativa da região da cidade de São Paulo, o sagui-da-serra-escuro, está se tornando cada vez mais raro, perdendo território para as espécies invasoras e por pressão de ocupação de suas áreas de ocorrência."

Temos ainda a questão da saúde pública. Os saguis são mamíferos transmissores da raiva. Se infectados, podem transmitir a doença através da mordedura, ou de simples arranhões. Por serem apreciados pela população, que os alimenta, podem morder ao se sentirem ameaçados. Marcelo Schiavo Nardi, veterinário, alerta sobre casos de raiva humana na região Nordeste: "Uma variante do vírus da raiva específica dos saguis tem despertado grande interesse dos pesquisadores". Segundo ele, há casos de mordedura na cidade de São Paulo, mas sem o contágio da doença associada aos saguis.

Não somente os saguis são exemplos de introdução indevida. Há vários animais exóticos, provenientes de outros países, que foram introduzidos e representam riscos ambientais e à saúde pública.

Mas e a solução? Gandara afirma que não há apenas uma solução, mas um conjunto de ações: "O resultado de trabalhos relacionados ao manejo e ao monitoramento de fauna para o controle populacional de determinada espécie de sagui não será satisfatório caso não sejam combatidas ações como o tráfico de animais silvestres e solturas indevidas dos animais. Para tanto, ações voltadas à conscientização e à educação da população são fundamentais”.

É preciso entender que cada animal desempenha papel fundamental em seu habitat, mas que, em ambientes diferentes, podem desestruturar toda a dinâmica local.

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Fonte: Allianz Sustentabilidade, em 25/setembro/2012 - http://sustentabilidade.allianz.com.br

sábado, 29 de setembro de 2012

Purificador "molécula" usa plantas para limpar ar de casa


São Paulo - Pensando em levar um pouco de natureza e ar fresco para a vida entre quatro paredes nas grandes cidades, a designer Elaine Tong criou esse simpático purificador de ar que lembra uma molécula.

Cada módulo contém plantas com raízes que são altamente eficientes na absorção de agentes que contribuem para a poluição dentro de apartamentos e casas, como formaldeídos e benzenos, comuns em produtos do dia-a-dia tão diversos como materiais de construção, tintas e solventes.

A absorção do ar se dá por ventiladores acoplados nos módulos, que funcionam como mini estufas conectadas por um sensor que distribui água e umidade na quantidade necessária. Chamado de Filtration Block, o protótipo foi desenvolvido com apoio do RAD, um núcleo da Universidade de Toronto que estimula projetos que unem sustentabilidade e tecnologia.

Mais do que uma estrutura que ajuda a melhorar a saúde ambiental, o purificador se encaixa com flexibilidade na decoração, uma vez que seus módulos podem ser reorganizados de acordo com o gosto do dono. Dá para pendurar no teto ou na parede.
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Fonte: Exame.com, em 13/agosto/2012 

Máquina de café sobre rodas mói grãos a pedaladas

Conheça a Velopresso, a máquina de expresso que ganhou as ruas de Londres 
moendo café a partir da energia gerada pelas pedaladas do vendedor

 Ivan Coleman

 
São Paulo – Depois do carrinho de sorvete abastecido por energia solar na Holanda, é a vez da venda de cafezinho nas ruas de Londres ganhar um ar mais “verde” e descolado. A partida foi dada por dois designers egressos do Royal College of Art, Amos Field Reid e Lasse Oiva, que desenvolveram a máquina de café expresso Velopresso.

Construída a partir de um triciclo reciclado, a máquina sobre rodas mói grãos a partir da energia gerada pelas pedaladas do vendedor, dispensando o uso de eletricidade, uma solução econômica e livre de emissões.

Pelo projeto, os designers faturaram o prêmio Prêmio Deutsche Bank para empresas criativas. Por enquanto, para esquentar a água, os desenvolvedores utilizam uma pequena caldeira que funciona com um botijão de gás.

Mas a dupla já estuda uma forma de converter os resíduos da borra de café em etanol, para servir de combustível para a caldeira. Estudos mostram que, aproximadamente 15% da borra seca é óleo e, assim como o óleo de soja, mamona e dendê, pode ser convertido em biocombustível.

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Fonte: Exame.com em 27/setembro/2012 - 

Um mergulho precioso demais...


terça-feira, 25 de setembro de 2012

HISTÓRIA DA TERRA

Após o Big Bang
 
No seu primeiro bilionésimo de segundo, o universo quente
e em estado de expansão era uma "sopa" de um grande número 
de tipos de partículas que variavam enormemente em suas propriedades.


Ligação de Quarks
 
Os quarks começaram a se combinar para formar
prótons e nêutrons. Um quark  "down" e dois quarks
"up"  formaram um próton, um quark "up" e dois 
quarks "down" formaram um nêutron.
 
 
 Nucleossíntese do Big Bang
 
 Entre 1 e 180 segundos após o Big Bang,
as colisões de prótons e nêutrons formaram o
núcleo atômico de alguns elementos leves,
principalmente o hélio.
 
 
 
 
 Primeiros Átomos
 Após cerca de 300 mil anos, prótons e núcleos
de hélio (composto de prótons e nêutrons)
começaram a capturar elétrons, formando
átomos de hidrogênio e hélio.
 
 
ANTES DA TERRA
 
Para entender as origens da Terra, é necessário voltar à origem do próprio universo, cerca de 13-14 bilhões de anos atrás, no evento descrito pela teoria do Big Bang, quando matéria, tempo, energia e espaço vieram todos à existência. O universo primitivo era pequeno, quente e denso. Desde então, ele vem se expandindo e se resfriando. Em um nanossegundo (um bilionésio de segundo), chegou a centenas de milhões de quilômetros de diâmetro, com uma temperatura de dezenas de trilhões de graus Kelvin (graus acima de -273ºC ou zero absoluto).
 
 
MATÉRIA-PRIMA
 
Nessa fase, o universo era uma "sopa" fervente de partículas criadas a partir da energia, ao lado de um grande número de fótons (pequenos pacotes de energia radiante). A maioria dessas partículas era composta de elétrons e quarks, mas também havia varios outros tipos que hoje não existem mais. Apesar de conter abundância de elétrons, o universo primitivo não conservou nenhuma das outras principais matérias-primas de átomos: prótons e nêutrons. depois de apenas um microssegundo (um milionésimo de segundo), porém, ele esfriara o suficiente para grandes quantidades de prótons e nêutrons se formarem como dois diferentes tipos combinados de quarks.
 
A maioria dos prótons estava destinada a ser os núcleos dos átomos de hidrogênio, mas, cerca de um segundo apos o Big Bang, as colisões entre prótons e nêutrons começaram a formar os núcleos de alguns outros elementos leves - o hélio e pequenas quantidades de lítio e berílio. Esse processo, denominado nucleossintese do Big Bang, foi concluído em três minutos e formou os núcleos de 98% dos átomos de hélio presentes hoje no universo. Além disso, ele consumiu todos os nêutrons.
 
 
Rastro das partículas
Hoje, os cientistas tentam simular o que aconteceu no Big Bang usando aceleradores de partículas para fazer colidir partículas subatômicas. Os rastros resultantes podem entõ ser estudados.  
 
 
PRIMEIROS ÁTOMOS
 
Nos 100 mil anos seguintes, o universo continuou a se expandir e a resfriar-se, mas ainda estava demasiadamente energético para formar os átomos. Se os elétrons e os núcleos atômicos se uniram por um instante, foram rapidamente separados por fótons, aque se prenderam automaticamente num processo de colisão contínua com as partículas. Eventualmente, apos 300 mil anos, quando a temperatura caiu para cerca de 3 mil graus Kelvin, os prótons e outros núcleos atômicos começaram a capturar elétrons de forma permanente, formando os primeiros átomos, que eram principalmente de hidrogênio e de hélio. Ao mesmo tempo, os fótons foram liberados e se espalharam livremente em todas as direções. Nessa fase, o universo se tornou transparente, conforme a "névoa" inicial de energia e partículas clareou.
 
 
VESTÍGIOS DO PASSADO   
Uma peça decisiva das provas que sustentam a teoria do Big Bang é a existência de Radiação Cósmica de Fundo (Cosmic Microwave Background Radiation, CMBR). Essa é uma fraca radiaão de calor que emana uniformemente de todos os pontos do universo. A única explicação plausível é que ela se originou nas condições da bola de fogo quente do início do universo, tal como descrito pela teoria do Big Bang.
 
 
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(Fonte: Isto É - Enciclopédia Ilustrada da Terra)


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O PLANETA ESTÁ DENTRO DE NÓS



Somos feitos rigorosamente dos mesmos elementos que constituem o planeta. A palavra homem, de onde vem Humanidade, tem origem no latim húmus. A palavra Adão, que aparece simbolicamente no Velho Testamento como a primeira criatura humana, significa terra fértil em hebraico. Essa mesma terra - que empresta o nom ao planeta e à nossa espécie - se revela no mais rudimentar dos exames de sangue, quando descobrimos que por nossas veias transportamos minérios que jazem nas profundezas do solo. Ferro, zinco, cálcio, selênio, fósforo, manganês, potássio, magnésio e outros elementos são absolutamente fundamentais à nossa saúde e bem-estar. Se descuidamos da ingestão desses nutrientes - presentes em boa parte dos alimentos - nosso metabolismo fica exposto a diferentes gêneros de desequilíbrio e doenças.

O mesmo ocorre em relação à água. As primeiras estruturas microscópicas de vida do planeta apareceram nas águas salgadas e quentes dos mares primitivos. Também quente é o líquido que nos envolve durante todo o período de gestação no útero materno. O soro fisiológico - bem como o soro caseiro - salva vidas quando recompõe a tempo nossa necessidade deste precioso líquido. Por um capricho divino, a proporção de água no planeta (70%) é a mesma com que esse elemento compõe o nosso corpo físico. Precisamos ingerir  pelo menos 2,5 litros de água por dia para assegurar o bom funcionamento do metabolismo, irrigando células, glândulas, órgãos, tecidos. Também precisamos de uma quantidade mínima de água no ar que respiramos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), se a umidade relativa do ar oscilar entre 20% e 30%, deve-se considerar estado de atenção; entre 12% e 20%, é estado de alerta; abaixo de 12%, é estado de emergência. É absolutamente desagradável - e ameaça a saúde - respirar num ambiente com pouco vapor d'água misturado ao ar.

O elemento fogo se revela simbolicamente em diferentes fenômenos fundamentais à manutenção da vida. Vem do Sol a energia que sustenta todas as estruturas vitais do planeta, cujo núcleo é composto de uma grande massa de magma incandescente. O que se convencionou chamar de EFEITO ESTUFA é a capacidade de a atmosfera reter parte do calor irradiado pelo Sol. Trata-se de um fenômeno natural, que assegura a manutenção da temperatura média do globo na faixa de 15ºC. Não fosse possível reter esse calor através dos gases que compõem a atmosfera, a temperatura média do planeta seria de 23ºC negativos, reduzindo-se drasticamente a presença da vida na Terra. O aquecimento global é o agravamento do efeito estufa, causado principalmente pela queima progressiva de petróleo, carvão e gás, que gera inúmeros problemas à Humanidade por meio de mudanças climáticas. Por fim, somos animais de sangue quente graças ao trabalho ininterrupto de um poderoso músculo do tamanho de uma mão fechada, que irriga vida para todas as partes do corpo humano. O coração é a grande usina de calor do organismo, símbolo maior do amor e da nossa capacidade de doar, de nos entregar e de manifestar os mais nobres sentimentos.

O ar é o elemento mais urgente para a nossa existência. Podemos passar vários dias sem ingerir alimentação sólida, um número menor de dias sem líquidos, mas apenas alguns poucos instantes sem ar. Na milenar tradição mística da Índia, o prana - ou força vital - é absorvido pela respiração. Numerosas práticas de meditação preconizam a necessidade de respirarmos com consciência, entendendo a inspiração e a expiração como importante ferramenta de troca de energia com o meio que nos cerca. A respiração profunda regula o batimento cardíaco, harmoniza os centros de força (ou chacras) que acumulam e distribuem a energia vital, ajuda a clarear o raciocínio e a apaziguar as emoções.

Considerando a importância estratégica de todos esses elementos para nossas vidas, é forçoso reconhecer que sem água potável, terra fértil, ar respirável e incidência adequada de luz e calor nosso projeto evolutivo encontra-se ameaçado. As condições cada vez menos acolhedoras de nossa casa (oikos) tornam o ambiente hostil à vida humana por nossa própria imperícia, imprudência ou negligência. Sofremos as consequências dos estragos que determinamos ao meio que nos cerca porque, na verdade, o que está fora também está dentro. Não é mais possível separar a Humanidade do planeta. "O meio ambiente começa no meio da gente".²²

No capítulo X de A Gênese, Allan Kardec ratifica este princípio comum ao dizer que "são os mesmos elementos constitutivos dos seres orgânicos e inorgânicos, que os sabemos a formar incessantemente, em dadas circunstâncias, as pedras, as plantas e os frutos".²³  O que vale para o corpo físico também vale para a substância que envolve o Espírito, como aparece explicado no primeiro capítulo de O Livro dos Espíritos. É o que na Doutrina se convencionou chamar perispírito.

- De onde tira o Espírito o seu invólucro semimaterial?
- Do fluido universal de cada globo, razão por que não é idêntico em todos os mundos. Passando de um mundo a outro, o Espírito muda de envoltório, como mudais de roupa.
- Assim, quando os Espíritos que habitam mundos superiores vêm ao nosso meio, tomam um perispírito mais grosseiro?
- É necessário que se revistam da vossa matéria, já o dissemos. (24)

Esse fluido cósmico universal - matéria-prima de tudo o que existe - assume diferentes formas e texturas na exuberante rede de sistemas que se desdobram pelo Universo. Somos todos, essencialmente, feitos da mesma coisa. A compreensão dessa realidade poderá determinar o aparecimento de uma nova ética existencial, na qual nos reconheçamos como parte do Todo, e não a razão pela qual o Universo existe.

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²²  Esta frase, que se tornou uma das máximas populares do movimento ambientalista e virou slogan da    Folha do Meio Ambiente, é do poeta e jornalista brasiliense Tetê Catalão.

²³  KARDEC, Allan. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, cap. X, item 15.

24 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, questão 94.
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Fonte: André Trigueiro - Livro: Espiritismo e Ecologia - 2ª edição - FEB.
                                                                                              

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

PLANETA AZUL



Planeta Azul mostra-nos a Terra como muito poucas pessoas a viram: do espaço.

Em órbita a mais de 300 quilometros acima da superfície da Terra, podemos observar formações paisagísticas que nos são familiares: os majestosos Himalaias, as gigantescas dunas de areia do deserto da Namíbia, as preciosas ilhas das Caraíbas.

Desta única posição privilegiada, podemos ver como as forças da natureza – vulcões, terramotos e furacões – afectam o nosso planeta, e como uma poderosa força nova – a humanidade – começou a alterar a face da Terra.

Da floresta tropical da Amazônia às planícies do Serengeti, Planeta Azul inspira um novo apreço pela vida na Terra, a nossa única casa.

O Planeta Azul foi filmado no formato IMAX e exibido nos cinemas IMAX em todo o mundo.

HORTA ORGÂNICA - PREPARO DO SOLO


Delineando o espaço da horta 

Delinear os canteiros segundo a informação de luminosidade do espaço, para terrenos planos qualquer forma é adequada.

Em terrenos com inclinação, procurar fazer o canteiro transversal ao declive.
Fazer também uma borda mais alta para evitar que águas de enxurrada destrua o trabalho.
 

A borda do canteiro poderá ser feita com tijolos, pedras, garrafas PET (corte o fundo e o gargalo do mesmo tamanho e semi-enterre).

É ecologicamente correto. 

Se usar garrafas de água pequenas é só cortar ao meio.

Se não quiser este material, poderá usar tijolos, telhas, pedras e até táboas velhas, presas a sarrafos.


Preparo do solo

 O solo dos canteiros deve ser revolvido até 30 cm de profundidade, retirando inços, pedras e raízes. 

Adicionar adubo animal de curral bem curtido, cerca de 2 kg/m² de solo.  
Se colocar adubo de aves, também chamada de cama de galinheiro, poderá colocar somente a metade. 

Adicionar também 50 gramas de cal apagada/ m².
A cal apagada, também chamada cal hidratada (CaOH) é fonte de cálcio para as hortaliças.

Se o solo original do seu canteiro for muito argiloso, coloque também um balde de areia para cada 2,0 m².
Misturar tudo muito bem, puxar a terra com a enxada para fazer um camalhão de 15 a 20 cm de altura, nivelar o topo do canteiro, regar e deixar assentar por alguns dias antes de plantar. 

Sementes de inços brotarão e você poderá retirar antes de plantar as hortaliças.

Pode, no entanto, já deixar a borda do canteiro pronta, evitando que desabe com as chuvas.

Para começar a plantar suas hortaliças aguarde de 8 a 10 dias após a colocação destes materiais recomendados no canteiro.
Na véspera do dia de plantar, regue bem o espaço ou então aguarde por uma chuva antes.



Canteiros: medidas ideais

A largura do canteiro deve ser de no máximo 1,0 metros para facilitar o acesso ao meio para tirar inços ou colher. 

O comprimento terá o que desejar, porém canteiros muito longos cansam o jardineiro, que precisa dar a volta quando está trabalhando. 

O ideal é fazer com 3 a 4,0 metros, deixando uma passagem. 

Os caminhos ao redor dos canteiros poderão ter cobertura com lajes, pisos, maravalhas ou cavacos, sendo desaconselhado o uso de britas, porque se enterram no solo e se quiser modificar o tamanho ou a posição do canteiro terá de peneirar tudo para se livrar delas. 

A maravalha é produto de textura grosseira descartada pelas serrarias.
Já as aparas são pequenos cavacos que estão sendo comercializados para cobertura vegetal inerte em paisagismo em substituição à casca de pinus. 
Com o intemperismo acabarão virando substrato.


Preparo do solo nos vasos 

Preparo do solo para jardineiras e vasos

Adquira jardineiras de cimento, cerâmica ou de plástico. 

As de cimento e cerâmica necessitam ser impermeabilizadas com piche, sendo este encontrado em diversas marcas nas ferragens e casas de materiais de construção.
Passe com pincel velho, pois terá de descartá-lo depois. Deixe secar vários dias.

No fundo terá de colocar material que possa facilitar a drenagem de chuvas e regas.
Poderá ser brita, cacos de tijolos ou vasos quebrados.

Se a jardineira for de cimento, isto aumentará seu peso.
Poderá optar pela colocação de manta não-tecido, destas de filtro de coifas de fogão.
Adquire-se nas mesmas lojas de materiais de construção. 

Em cima da brita ou da manta, uma porção de areia que cubra todo o fundo da jardineira.
É para facilitar a drenagem. 

Em cima, coloque o substrato já preparado. 


Substrato para horta em jardineiras

 Misture 5 partes de composto orgânico de folhas ou húmus de minhoca com 1 parte de adubo animal curtido, 1 parte de areia e 1 parte de cascas de pínus.
As cascas de pínus deverão ser do tamanho pequeno.
Deixar de molho em água por no mínimo 1 semana, trocando a água todos os dias.
Os compostos fenólicos contidos na resina do pinus são tóxicos para as raízes, mas a água os dissolve.
Estas cascas servirão, assim como a areia, para tornar o substrato mais leve e poroso, garantindo a drenagem das águas. 

Se não tiver interesse em fazer horta orgânica na sua forma mais radical, poderá ainda acrescentar adubo granulado NPK formulação 10-10-10, cerca de 100 gramas por jardineira de 1,0 m de comprimento.  
Adquira este adubo com a adição de cálcio na formulação, o que dispensará a adição de cal apagada.  

Mas uma atenção você deverá ter: não use este granulado com cal em suas plantas ornamentais, dos gêneros azaléias, buganvileas e gardênias, que são plantas que requerem substrato ácido.

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Fonte:  Faz Fácil, texto da Eng. Agr. Miriam Stumpf-http://www.fazfacil.com.br

PREPARO DA HORTA - Sementeiras...

Ferramentas básicas para horta no jardim:

Se você tem em casa, ótimo, senão as ferramentas que irá precisar para implantar e manter uma horta são: enxada grande e pequena, ancinho, pá larga para transportar substrato, pazinha de plantio, regador com jato fino, mangueira também com aspersor fino, balde.
Carrinho de jardinagem fundo, onde também poderá também fazer a mistura de adubos e areia.
E, claro, um cesto de colher, para que possa com todo o conforto e charme, por que não, fazer a colheita dos produtos que semeou e cuidou e levar para sua casa.


Como fazer uma peneira para a sementeira

Será interessante confeccionar uma peneira para as sementeiras. Veja o desenho : 
 Quatro pedaços de sarrafos presos formando um retângulo (ou quadrado, se preferir).
Nele prende-se com grampos de tapeçaria ou pregos pequenos uma tela de textura média, que se adquire em fábricas de telas, lojas de materiais de construção ou agropecuárias. 
Faça com cuidado dobrando a borda da tela de encontro ao sarrafo senão poderá machucar-se nas pontas.
Pronto, terá assim uma tela para peneirar terra para eliminar inços e pequenos torrões.

 

Organizando a sementeira para a horta

Você pode ter um espaço, mesmo pequeno, onde fará a semeadura das hortaliças. Algumas serão semeadas diretamente no canteiro, claro, mas aquelas que precisam de repicagem, como os tomateiros, necessitam ser previamente semeadas e ter cuidados especiais.
Poderá ser a céu aberto em um canto reservado para isto.
Pode usar vários métodos, dos quais sugerimos a seguir alguns:

Caixotes de madeira:

Destes usados para comercializar frutas nos mercados.
Faça o fechamento das aberturas entre as táboas com restos de madeira ou saco plástico de embalagens, não esquecendo neste último caso de furar o saco para que a água de rega se escoe.
Coloque nele o substrato para semeadura e regue antes de colocar a semente.

Vasos, baldes e bacias:

Recipientes velhos de plástico que iria jogar no lixo. Fure o fundo com um prego quente para sair a água de rega, coloque um punhado de areia e por cima o substrato.
Regue com jato fino do regador antes de semear.

Garrafas PET:

Para plantas do tipo aromáticas, salsas, cebolas, cebolinhas, poderá usar garrafas de água ou refrigerante e mesmo bombonas de água.
Retire a parte superior até onde começar a ficar sem inclinação. Uma tesoura comum é suficiente. Não se esquecer de furar no fundo para a drenagem.
Para moranguinhos, poderá usar uma garrafa de 2 ou 3 litros, fazer furos grandes intercalando ao redor, colocar um substrato bem leve e plantar morangueiros, oréganos ou manjerona.
Amarre bem firme um arame e suspenda num ramo forte de uma árvore.
Não esquecer de regar quando fizer a ronda de molhar o jardim.
Garrafas Pet podem ser usadas como recipientes de plantio. Porém se deixadas ao sol irão esquentar muito, acabando por danificar a planta, literalmente “cozinhando” as raízes. 

Embalagens de isopor:

Quando adquirimos eletrodomésticos, muitas vezes a embalagem é maior que o objeto comprado. O destino deste material é o lixo. E o isopor não degrada, poluindo o meio ambiente e aumentando os lixões.
Caso esta embalagem tenha cavidade de no mínimo 5 cm de profundidade, poderemos usá-la como recipiente para semeadura.
Com uma agulha de tricô, furar o fundo, colocar areia e por cima o substrato. 

Sementeira coberta 

Sementeira coberta e bandejas para semear:

 


Caixa artesanal com tampa para semear 

A semeadura é feita num tipo de cultivo protegido, uma mini- estufa como a do desenho. 
Esta câmara servirá para fazer as semeaduras, mas também para alguns trabalhos de jardinagem, como estaquia de ramos e folhas de ornamentais.
Trata-se de uma caixa, sem fundo, com laterais cobertas por plástico transparente ou vidro e colocada no chão.
Para fechar esta caixa, fazer uma janela com vidro ou plástico transparente. Veja o modelo.
O tamanho será de sua escolha, não faça grande demais, mínimo será de 1,0 x 1,40m x 0,40m.
Colocada no chão, dentro poderá encher até uma altura de 15 cm com o substrato para a sementeira e semear.
Se você reparou que a caixa está aberta no modelo, é porque após a semeadura você deverá todos os dias abrir um pouco, para que o ar circule, renovando o oxigênio e arejando toda a área interna.
Não e nada sofisticado, você pode fazer com madeira descartada de demolição, pedaços de sarrafo de madeireiras que são vendidos barato, pois não estão no padrão.
Para deixar a janela aberta, prender um pequeno sarrafo ou bambu ou, como no modelo, colocar um ou dois pedaços de tijolos para manter semi-aberta apenas. Deixar algumas horas assim pela manhã e depois fechar novamente.


As bandejas para a semeadura 

Poderá optar por bandejas plásticas semelhante a uma bandeja para ovos, onde poderá fazer a semeadura. 

São adquiridas em agropecuárias e poderá utilizar muitas vezes.  
Não adquira as que são feitas de isopor, não são biodegradáveis.  
Você perguntará: poderia usar a embalagem de ovos de papelão? 
Até pode, mas o problema é que o material decompõe-se rapidamente e talvez se desmanche antes de poder transportar os torrões das mudinhas para o canteiro. 
Serve apenas para a fase inicial, quando poderá repicar esta muda para bandejas ou caixotes maiores, o que duplica o trabalho.
Feita a sementeira, colocar dentro dela um substrato bem peneirado.
Poderá ser composto orgânico ou húmus de minhoca misturados em partes iguais com areia ou casca de arroz carbonizada. 

Não se coloca adubo animal ou químico na sementeira.
Regue com jato fino para umedecer o substrato.

Se optar por bandejas de semeaduras, elas já vêm com alvéolos, para colocar o substrato e semear. 
A vantagem é que o torrão fica assim pronto, facilitando a retirada para o canteiro.
Elas são reaproveitáveis, então se vai fazer do seu hobby alguma coisa permanente, de repente valerá a pena este investimento.  Se não, pode usar qualquer dos recipientes que sugerimos antes. 

Plantando as sementes 

Peneire a terra ou substrato escolhido, coloque na bandeja ou caixote e alise bem.
Regue com jato bem fino. 

Nesta etapa não há necessidade de usar adubos. 

Para proceder ao plantio, coloque a semente em pequenas covas, abertas com o dedo ou o cabo de um instrumento de jardinagem. 

A profundidade de plantio desta semente deverá obedecer às recomendações que vêm nas embalagens que adquiriu ou nas nossas recomendações

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Fonte: Faz Fácil, texto e foto da Eng. Agr. Miriam Stumpf - http://www.fazfacil.com.br

HORTA ORGÂNICA



O que é Orgânico?

Esta palavra está acompanhando muitos rótulos de alimentos e por vezes nos perguntamos se será moda ou propaganda para vender. Podem até ver que os produtos assim rotulados são mais caros, refletindo um gosto mais apurado do consumidor, que deverá arcar com este ônus.

Na agricultura orgânica, a observação da natureza e as pesquisas formaram conceitos e indicações de procedimentos, procurando reproduzir o que acontece naturalmente na natureza quando não há intervenção de humanos.

Nos campos não há uma espécie somente e a diversidade encontrada é o que tenta-se reproduzir, evitando a monocultura. 
 
Também não se cultiva a mesma planta sempre no mesmo lugar.

É recomendado trocar a produção de folhosas por tubérculos ou por leguminosas. 

Por exemplo: onde você produziu alfaces, poderá na cultura seguinte escolher cenouras ou então ervilhas e feijão-vagem.

As leguminosas têm capacidade de ajudar na fixação do nitrogênio no solo, beneficiando as outras culturas seguintes.

Produzir alimentos de forma orgânica significa não usar defensivos agrícolas contra moléstias e pragas de lavoura.

 

Um sistema de horta em equilíbrio 

Um sistema em equilíbrio não é muito afetado quando acontece uma incidência de insetos ou doenças, pois oferece maior resistência.

Para pragas e doenças usaremos os chamados remédios verdes, que são sucos e chás feitos de plantas para combaterem doenças e insetos.

Também poderemos usar junto da horta plantas repelentes para somente afugentá-los. 


Sempre lembrar que praga é apenas quando o volume de insetos nas plantas foge ao nosso controle de catação e eliminação por produtos caseiros.

Também na natureza existe um sistema de equilíbrio, feito pelos predadores.

Os insetos que comem nossas plantas são presas de outros insetos e também de pássaros que deles se alimentam, formando parte da cadeia alimentar da vida selvagem.

Quanto menos interferirmos nestes elos menor será o desequilíbrio do meio ambiente. 
 
 

Também significa produzir hortaliças sem aditivos químicos e por aí passa o adubo granulado.

Usa-se composto feito de materiais descartados de cozinha e horta, produzindo o chamado adubo verde. 

Leia o texto Composto orgânico para relembrar como se faz.

 A adubação com composto orgânico aumenta a fertilidade do solo e sua capacidade de fornecer nutrientes para as plantas além de propiciar mais resistência delas às doenças. 
 
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Fonte: Faz Fácil - http://www.fazfacil.com.br

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Dono da Azul quer gás natural em avião, e US$ 1 bi para isso

David Neeleman, fundador da Azul no Brasil e da JetBlue nos Estados Unidos, quer arrecadar US$ 1 bilhão para premiar quem transformar a ideia em projeto viável


Marie Hippenmeyer / Divulgação
 David Neeleman, presidente da Azul: com gás natural líquido 
a 40 dólares o barril, cenário para o setor seria outro


São Paulo - Para o fundador da Azul, David Neeleman, transformar o gás natural em combustível para a aviação mudaria radicalmente o negócio para as companhias. E quem bolasse uma solução viável para a façanha deveria ganhar um prêmio de 1 bilhão de dólares - quantia que ele espera arrecadar em um fundo, com a ajuda de outras companhias aéreas.

Neeleman teria anunciado a proposta em uma conferência do setor aéreo na segunda-feira, em Dallas. Segundo a Business Week, a ideia de utilizar gás natural em voos não está exatamente em fase inicial. A Shell construiu uma planta de 18 bilhões de dólares no Qatar para converter o gás em combustível líquido, a um preço de 80 dólares por barril.

De acordo Neeleman, que também fundou a JetBlue nos Estados Unidos, a alternativa seria mais rentável que o uso de biocombustíveis se esse valor fosse reduzido pela metade. "Se você começa um negócio em que 40% do seu custo é combustível, há apenas um pequeno pedaço que você pode controlar", afirmou. "Quando criei a JetBlue era tudo tão fácil. Era como tirar doce de criança. O combustível mudou toda a dinâmica".

Derivado do petróleo e, portanto, sujeito às oscilações da commodity, o combustível foi apontado como um dos grandes vilões dos balanços das empresas brasileiras no último trimestre, quando GOL e TAM registraram prejuízos de 715 milhões e 928 milhões de reais, respectivamente.

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em 19/setembro/2012

Defesa do consumidor critica pagamento antecipado de energia

O sistema de pré-pagamento proposto pela Aneel prevê o uso de um medidor eletrônico, que deverá ser instalado gratuitamente pela distribuidora de energia elétrica.


Kevork Djansezian/Getty Images
Transmissão elétrica: a expectativa da Aneel é que a regulamentação do novo
modelo de pagamento de energia elétrica seja publicada no início de 2013


Rio de Janeiro – Entidades de defesa do consumidor e representantes da sociedade civil organizada criticaram hoje (19) a proposta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de pagamento antecipado de energia elétrica apresentada durante audiência pública no Rio de Janeiro.

O sistema de pré-pagamento proposto pela Aneel prevê o uso de um medidor eletrônico, que deverá ser instalado gratuitamente pela distribuidora de energia elétrica e que terá leitura do consumo em tempo real. O consumidor poderá comprar diferentes valores, considerando-se como valor mínimo o equivalente a 1 quilowatt (kW) - o inicial será de 5 kW, a ser pago na primeira compra de créditos. Os créditos comprados não terão prazo de validade.

O ponto mais polêmico da proposta, similar à modalidade de celulares pré-pagos, é o que prevê a interrupção imediata do serviço no momento em que os créditos acabarem. Hoje as empresas são obrigadas a notificar o consumidor, com pelo menos 15 dias de antecedência, sobre a suspensão do serviço.

A assessora de projetos do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Teresa Liporace, argumentou que esse modelo é uma forma de burlar as garantias legais do consumidor.

“Estamos falando de um serviço essencial e essa autodesconexão do sistema pode representar um impacto na saúde, na segurança do cidadão e em sua qualidade de vida. É um serviço que deve ser prestado de forma contínua. Se hoje existe um mecanismo que tenta recuperar o consumidor para que ele não perca esse acesso a um serviço essencial, com essa nova regulamentação, ele vai ser desconectado e ponto. Um problema a menos para a empresa, mas e para a sociedade? Onde está o interesse público dessa proposta?”, questionou Teresa, que solicitou a suspensão do projeto até que se faça um estudo aprofundado sobre os impactos sociais e econômicos da nova modalidade.

O superintendente de Regulação de Comercialização de Eletricidade da Aneel, Marcos Bragatto, garantiu que a proposta inclui mecanismos de defesa do consumidor. “Quando esses créditos chegarem a níveis críticos, o próprio medidor vai alertar o consumidor com sinal sonoro e visual sobre a necessidade de se fazer nova compra. Caso ele não faça e os créditos se esgotem, ele pode ligar para a distribuidora gratuitamente e solicitar um crédito de emergência”, disse.

O representante da Aneel também ressaltou que a adesão é voluntária e que se o consumidor preferir poderá cancelar o plano e migrar para o modelo pós-pago sem empecilhos.

“É muito fácil compelir um consumidor com alta inadimplência a migrar para um processo desses. E a gente entende que o principal alvo são pessoas mais pobres, absolutamente vulneráveis, sem informação”, rebateu Teresa. “E o pior é que se esse consumidor quiser recorrer, reclamar, ele terá que enfrentar todo problema que já existe no processo demorado de reclamação sem energia em casa.”

Para o diretor da Aneel Edvaldo Santana, o pré-pagamento de energia traz vários benefícios para o consumidor. O principal deles é a redução significativa da tarifa de energia à medida que haja maior adesão dos clientes. “Existe uma incompreensão, mas acredito que o benefício seja bastante evidente, pois a redução da tarifa é um exemplo maior de benefício social”, declarou.

Ele ressaltou que a Aneel pode rever a proposta e estudar o aumento do prazo para efetivação do corte de energia devido à falta de pagamento prévio. “Agora, claro, não pode aumentar muito esse prazo senão diminuem os benefícios, porque aumentam os custos (...) Mas a Aneel vai analisar as sugestões e por isso estamos realizando essas audiências.”

Ele citou experiências de pré-pagamento em outros países como o Reino Unido, a África do Sul, a Colômbia e a Argentina. Segundo ele, nesses locais, os consumidores estão satisfeitos.

A representante do Procon-RJ Cláudia Henrique da Silva discordou do diretor da Aneel e disse que estudos recentes sobre esse modelo em outros países mostram que não houve redução da conta de energia para o consumidor médio. “Além de serem países com realidades e legislações bem diferentes da nossa, os estudos que fizemos sobre alguns desses lugares mostram que quem lucra [com o sistema pré-pago de energia elétrica] são as fábricas, comerciantes, indústrias. Nós, jamais. O consumidor em baixa escala não tem benefício nenhum.”

O presidente da Associação de Moradores de Vigário Geral, João Ricardo Serafim, defendeu maior fiscalização por parte das autoridades nos serviços prestados pelas concessionárias de energia elétrica. Para ele, a tecnologia deve ser aplicada para melhorar a condição de vida dos moradores e não aumentar lucros das empresas. “Precisamos ter parâmetros preliminares, como a questão dos impostos e de diferenciação de energia para o desenvolvimento social e não para ganhar dinheiro. Para os pequenos comerciantes, por exemplo, o valor cobrado não pode ser igual ao de um shopping", declarou. “Essa é a discussão que temos que tratar aqui.”

Os benefícios para as concessionárias são, principalmente, o fim dos custos com inadimplência, impressão e entrega de fatura, suspensão e religamento da energia.

Essa foi a nona audiência pública realizada pela Aneel no país para tratar do tema. A última delas ocorre amanhã (20) em Cuiabá. Sugestões podem ser enviadas por e-mail (ap048_2012@aneel.gov.br), fax (61-2192-8839) ou correspondência (SGAN, Quadra 603, Módulo 1, Térreo, Protocolo Geral, CEP 70.830-030, Brasília-DF) até o dia 25 deste mês.

A expectativa da Aneel é que a regulamentação do novo modelo de pagamento de energia elétrica seja publicada no início de 2013.

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 Fonte: Exame.com, em 19/setembro/2012