domingo, 16 de setembro de 2012

VIDA NA ÁGUA


No seio dessa terra recoberta de mares mornos, uma "geléia cósmica" formada basicamente de água, gás carbônico, azoto e alguns minerais primitivos; levados pelas combinações sempre mais complicadas da química orgânica; foram conduzidos progressivamente até à estrutura protoplasmática, dando origem no colo da paisagem primitiva, ao primeiro ser vivo, às primeiras manifestações do princípio inteligente no planeta Terra, que a atmosfera alimenta e que o elemento líquido renova sem cessar.

Milênios e milênios de atividades silenciosa perpassam sucessivos... surgem os vírus, as bactérias - séculos e séculos chegam e passam -  o tempo age sem pressa, em vagarosa movimentação no berço da humanidade; e aparecem as algas nadadoras, verdadeiros fósseis vivos das águas, porque são da mesmas espécies de algas que existem ainda até hoje.

Assim, a vida que teve inicio no oceano jamais se afastou da água. Para emergir das profundezas e fertilizar a terra firme, com o passar do tempo, os seres vivos criaram novas "cápsulas aquosas" para nelas se multiplicar - o tubo polínico nos vegetais e a estrutura do ovo nos animais.

Foto: Celso Junior/AE

A Água é Essencial a Vida
   
O processo de sintetizar proteínas desenvolvido pelo 1o ser vivo, ainda é o mesmo utilizado pelos vegetais até os dias de hoje. Ao respirarem graças a clorofila, as plantas assimilam o carbono do gás carbônico (CO2 ) e o hidrogênio da água ( H2O) a formação da glicose (C6H12O6); deixando livre no ar o oxigênio. Enquanto que nos animais, o processo é inverso; ao respirarem tornam a combinar o oxigênio com o carbono e o hidrogênio, restituindo assim o gás carbônico e a água originais.
   
A Teoria de Gaia é a que melhor mostra o entrosamento entre as águas, as partes não vivas do planeta - rochas, oceanos e a atmosfera, e as partes vivas - plantas, microorganismos e animais (Lovelock, 1991)




Na vida nada se cria e nada se perde, tudo se transforma.
Ao longo de milênios com muita água, os minerais desenvolveram afinidade, os vegetais sensibilidade, os animais desenvolveram o instinto, o selvagem a inteligência e finalmente o homem no 30 milênio, está aprendendo a discernir. 

A Água nos Seres Vivos

O ser humano pode ficar até 5 minutos sem respirar, até 35 dias sem comer, mas morre em 5 dias se não ingerir líquidos. A água é essencial à vida. Todo ser vivo do planeta, depende de um fluxo de água contínuo e do equilíbrio entre a água que o organismo perde e a que ele repõe.   

70% do Corpo Humano é formado de Água

Assim como a água irriga e alimenta a Terra, que tem 70% de sua superfície formada por água; o sangue irriga e alimenta nosso corpo que é constituído também por 70% de água.  

Quando o corpo perde líquido, aumenta a concentração de sódio que se encontra dissolvido na água. Ao perceber esse aumento, o cérebro coordena a produção de hormônios que provocam a sede. Se não beber água, o ser humano entra em processo de desidratação e pode morrer de sede em cerca de dois dias.    

O corpo humano possui muita água, pode-se até dizer que ele é um tanque d'água em que estão dissolvidas várias substâncias. Para se ter uma idéia, um bebê na barriga da mãe tem 95% do seu peso em água, o recém  nascido tem 80% e o ser humano adulto tem cerca de 70% de água; sendo a desidratação uma das particularidades da velhice, o idoso tem apenas cerca de 40% do peso em água.   

A água do nosso corpo é como um rio navegável, ela propicia nas células, no sangue das veias e artérias, no líquido intersticial e na linfa que corre nos vasos linfáticos, as condições favoráveis para o transporte e ação de diversas moléculas indispensáveis à vida. Na verdade, ao tomarmos água, estamos repondo também sais minerais como o sódio, o potássio, o cálcio, entre outros dissolvidos nela.  

Toda água que tomamos não fica parada em nosso organismo, ela está sempre em constante movimento; um adulto pode trocar de 5% a 10% da água consumida por dia. Perdemos água no controle da temperatura do corpo quando suamos e no metabolismo da própria respiração; a quantidade depende da temperatura ambiente e da intensidade de exercícios físicos que fazemos. Podemos eliminar de 1,0 a 20 litros de urina por dia, esse controle é feito pelos rins e aparelho urinário.   

Diariamente um adulto perde cerca de 1,5 litro de água, ou seja: por meio da urina - 1 litro; da transpiração - 200 ml; da respiração - 100 ml e da evacuação - 200 a 300 ml. Para suprir essa falta e manter o bom funcionamento orgânico, o mecanismo da sede é acionado.   

No cérebro, um centro nervoso controla a sede. Por meio de receptores sensíveis à concentração do sangue é possível saber se há ou não líquido no organismo. Nesse caso, é disparada a vontade de beber. Ao beber, sensores detectam a presença de água indicando ao cérebro se a sede está ou não saciada. Nos rins, outros receptores "fiscalizam" o nível de hidratação do organismo. Se estiver baixo, a ordem é "economizar", então a pessoa pára de urinar. Enquanto desce pelo tubo digestivo, uma porcentagem mínima de água é consumida. O máximo da sua absorção ocorre no intestino, onde a corrente sanguínea é amplamente irrigada.    

O sangue "hidratado" beneficia todo o corpo porque distribui melhor os nutrientes que transporta. Quando o nível da água diminui, a pressão cai, a circulação fica lenta e o organismo sofre deixando de receber a energia necessária. O coração faz mais esforço na tentativa de bombear o sangue para todo o corpo, as células cerebrais recebem pouco oxigênio e diminuem sua atividade e o rim filtra menos toxinas. É recomendável a ingestão diária de 300 ml de água por quilo de peso para os adultos; e para as crianças, de seis meses a um ano de vida, de 100 a 120 ml  por quilo de peso.   

Fonte: Hospital das Clinicas e Unidade de Nefrologia da UNIFESP



Água na Vida e Vida na Água

Todos animais e plantas têm muita água em sua constituição, entretanto a quantidade é que pode variar. A água viva tem 95% de água, o tomate 94%, a Minhoca 80%, o Abacaxi 87%, a Galinha 74%, o Peixe 67%. Nos animais em geral, a água é o componente principal do sangue, transportando alimentos e oxigênio a todas as partes do corpo. Nos vegetais a água dissolve os elementos essenciais do solo e os transporta na forma de seiva, das raízes às folhas. Até mesmo dentro de algumas pedras tem água, as chamadas águas fossilizadas.  

Hoje, mais do que nunca, a vida do homem depende da água. Para produzir um quilo de papel, são usados 540 litros de água, um litro de leite 4 mil litros de água, para fabricar uma tonelada de aço, são necessários 260 mil litros de água; para obtenção de 1 quilo de carne são necessários de 20 a 60 mil litros de água; enfim, para satisfazer suas necessidades básicas uma pessoa gasta até 300 litros de água por dia.  

Em apenas uma gota d'água podem existir até cerca de 50 mil espécies diferentes. Existe dentro de uma gota d'água um universo totalmente diferente, que só pode ser visto com microscópio, porquê alguns seres têm por volta de 0,001 milímetros de tamanho. Algas e protozoários constituem a maior parte destes seres microscópicos, as algas são muito importantes porque produzem oxigênio e servem de alimento, mas em ambiente poluído podem causar cheiro, gosto e toxinas na água.   

Mundo Microscópico numa Gota D'água
 
Alguns microrganismos como as cianobactérias são capazes de sobreviver a condições hostis, geladas e escuras como às do fundo do lago Vostok, com 14 mil km2 na Antártida. Afirma John Priscu, da Universidade Estadual de  Montana (MSU), um dos autores do artigo publicado na revista Nature. "O frio e a escuridão das águas do Vostk são similares ao ambiente de certas luas de Júpiter e dos prováveis oceanos congelados de Marte. Por isso, a constatação aumenta as possibilidades de existir vida fora da  atmosfera terrestre". Análises mostraram que a água do lago, depositada há cerca de 1 milhão de anos,  derivou de uma mistura de gelo derretido durante vários períodos glaciais.   

Desde o início da ciência Limnologia, os estudos ecológicos acerca de comunidades de macroinvertebrados bentônicos tiveram um papel importante na classificação do estado trófico de lagos e rios. No Brasil tem sido implantado um novo método de avaliação do nível de poluição dos rios, o biomonitoramento ou monitoramento biológico; o método permite medir a pureza das águas a partir da observação da fauna e flora da região. Os custos com material e análise são menores que no monitoramento tradicional e além disso, o método permite avaliação mais rápida e barata da qualidade da água de rios e pode ser aplicado com facilidade pela comunidade; para identificar a qualidade da água basta uma peneira para fazer a coleta.   

Se for notada a predominância de invertebrados tolerantes sobre os poucos resistentes, ao monitorar um rio, isso pode significar baixa oxigenação da água e, portanto, poluição. Assim a avaliação de um corpo d'água é feita segundo uma escala em que os macro-invertebrados são classificados em função do grau de tolerância com que vivem em ambientes pouco oxigenados. Isso se deve à redução dos níveis de oxigênio causada pela grande proliferação de bactérias, por exemplo em lançamento de esgoto doméstico.   

O termo bioindicador pode ser definido como o uso sistemático de respostas biológicas para avaliar mudanças ambientais com o objetivo de utilizar esta informação em um programa de controle de qualidade.

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Fonte: ÁGUA - Associação Guardiã da Água - http://www.agua.bio.br
 

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