Diversas espécies epífitas numa floresta úmida da América Central.
Os ecossistemas da zona intertropical albergam a maior parte da biodiversidade mundial actual.
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Pontos Críticos da Biodiversidade
Um "ponto crítico" (hot spot) de biodiversidade é um local com muitas espécies endêmicas. Ocorrem geralmente em áreas de impacto humano crescente. A maioria deles está localizada nos trópicos
Alguns deles:
- O Brasil tem 1/5 da biodiversidade mundial, com 50 000 espécies de plantas, 5000 de vertebrados, 10-15 milhões de insectos, milhões de microorganismos.
- A Índia apresenta 8% das espécies descritas, com 47 000 espécies de plantas e 81 000 de animais.
Biodiversidade: Tempo e Espaço
A biodiversidade não é estática. É um sistema em constante evolução
tanto do ponto de vista das espécies como também de um só organismo. A
meia-vida média de uma espécie é de um milhão de anos e 99% das espécies
que já viveram na Terra estão hoje extintas.
A biodiversidade não é distribuída igualmente na Terra. Ela é, sem
dúvida, maior nos trópicos. Quanto maior a latitude, menor é o número de
espécies, contudo, as populações tendem a ter maiores áreas de
ocorrência. Este efeito que envolve disponibilidade energética, mudanças
climáticas em regiões de alta latitude é conhecido como efeito Rapoport.
Existem regiões do globo onde há mais espécies que outras. A riqueza
de espécies tendem a variar de acordo com a disponibilidade energética,
hídrica (clima, altitude) e também pelas suas histórias evolutivas.
O Valor Econômico da Biodiversidade
Campo na Bélgica (Hanois).
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Ecólogos e ambientalistas são os primeiros a insistir no aspecto econômico da protecção da diversidade biológica. Deste modo, Edward O. Wilson escreveu em 1992 que a biodiversidade é uma das maiores riquezas do planeta, e, entretanto, é a menos reconhecida como tal (la biodiversité est l'une des plus grandes richesses de la planète, et pourtant la moins reconnue comme telle).
A maioria das pessoas vê a biodiversidade como um reservatório de
recursos que devem ser utilizados para a produção de produtos
alimentícios, farmacêuticos e cosméticos. Este conceito do gerenciamento
de recursos biológicos provavelmente explica a maior parte do medo de
se perderem estes recursos devido à redução da Biodiversidade.
Entretanto, isso é também a origem de novos conflitos envolvendo a
negociação da divisão e apropriação dos recursos naturais.
Uma estimativa do valor da biodiversidade é uma pré-condição
necessária para qualquer discussão sobre a distribuição da riqueza da
Biodiversidade. Estes valores podem ser divididos entre:
- valor intrínseco – todas as espécies são importantes intrinsecamente, por uma questão de ética.
- valor funcional – cada espécie tem um papel funcional no ecossistema. Por exemplo, predadores regulam a população de presas, plantas fotossintetizantes participam do balanço de gás carbônico na atmosfera, etc.
- valor de uso directo – muitas espécies são utilizadas directamente pela sociedade humana, como alimentos ou como matérias primas para produção de bens.
- valor de uso indirecto – outras espécies são indirectamente utilizadas pela sociedade. Por exemplo criar abelhas em laranjais favorece a polinização das flores de laranja, resultando numa melhor produção de frutos.
- valor potencial – muitas espécies podem futuramente ter um uso directo, como por exemplo espécies de plantas que possuem princípios activos a partir dos quais podem ser desenvolvidos medicamentos.
Em um trabalho publicado na Nature em 1997, Constanza e colaboradores
estimaram o valor dos serviços ecológicos prestados pela natureza. A
idéia geral do trabalho era contabilizar quanto custaria por ano para
uma pessoa ou mais, por exemplo, polinizar as plantas ou quanto custaria
para construir um aparato que serviria como mata ciliar no
antiaçoriamento dos rios. O trabalho envolveu vários "serviços"
ecológicos e chegou a uma cifra média de US$ 33.000.000.000.000,00
(trinta e três trilhões de dólares) por ano, duas vezes o produto
interno bruto mundial.
Como medir a Biodiversidade?
Do ponto de vista previamente definido, nenhuma medida objectiva
isolada de biodiversidade é possível, apenas medidas relacionadas com
propósitos particulares ou aplicações.
Para os conservacionistas práticos, essa medida deveria quantificar
um valor que é, ao mesmo tempo, altamente compartilhado entre as pessoas
localmente afectadas.
Para outros, uma definição mais abrangente e mais defensável
economicamente, é aquela cujas medidas deveriam permitir a assegurar
possibilidades continuadas tanto para a adaptação quanto para o uso
futuro pelas pessoas, assegurando uma sustentabilidade ambiental. Como conseqüência, os biólogos argumentaram que essa medida é possivelmente associada à variedade de genes. Uma vez que não se pode dizer sempre quais genes são mais prováveis de serem mais benéficos, a melhor escolha para a conservação é assegurar a persistência do maior número possível de genes.
Para os ecólogos, essa abordagem às vezes é considerada inadequada e muito restrita.
Inventário de Espécies
A Sistemática
mede a biodiversidade simplesmente pela distinção entre espécies. Pelo
menos 1,75 milhões de espécies foram descritas; entretanto, a estimativa
do verdadeiro número de espécies existentes varia de 3,6 para mais de
100 milhões. Diz-se que o conhecimento das espécies e das famílias
tornou-se insuficiente e deve ser suplementado por uma maior compreensão
das funções, interações e comunidades. Além disso, as trocas de genes
que ocorrem entre as espécies tendem a adicionar complexidade ao
inventário.
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