domingo, 30 de junho de 2013

Fitoterapia - Como fazer os chás e as decocções




A proposta deste artigo é proporcionar acesso a todos, profissionais e pacientes que usam a fitoterapia como terapêutica em seus tratamentos. A exposição será na forma de perguntas e respostas, o que, penso, facilita encontrar suas dúvidas.


Qual a proposta de usar uma decocção para tratamento?A proposta é extrair os constituintes das ervas cruas em água e, desta forma, facilitar sua incorporação pelo corpo e sua distribuição pelos aquecedores, meridianos e Zang Fu.


Qual o melhor recipiente para decocção?
O melhor é o barro, a cerâmica ou o vidro. Em seguida por ser os feito de ágata e pedra sabão. E, por último, se não há outro meio são os recipientes feitos de aço inox. Todo esse cuidado é para não alterar a energia e as propriedades terapêuticas da decocção, ou pior, evitar que ela tenha um efeito negativo. Todos os recipientes devem conter tampa.


Como fazer a decocção com as ervas?
O primeiro passo é a quantidade de água, que, de uma maneira geral deve ser 2 dedos acima das ervas e deixe em repouso por no mínimo 30 minutos.
Em seguida deixe a decocção começar a entrar em ebulição e diminua a chama, levando a decocção a cozimento por um tempo que varia de 20 a 30 minutos.
OBS: Ervas aromática não são cozidas por longo tempo, elas ficam em cozimento de 5 – 10 minutos;
Ervas diaforéticas são cozidas por 10 – 15 minutos; Ervas com propriedades tonificantes ficam no fogo por 40 – 50 minutos; Ossos, conchas e pedras devem ficar em decocção por 25 a mais que as outras ervas. Flores devem ficar em decocção por 5 minutos.

Evite levantar a tampa do recipiente para não perder uma das propriedades das ervas que é seu aroma e, também, os óleos voláteis.

A maioria das formulações permite que você faça com as mesmas ervas duas ou três decocções. Desta forma, a primeira decocção é separada e misturada com as outras logo em seguida. Esse cuidado deve ser observado porque é dito que a primeira decocção atua em um nível mais superficial, assim a temperatura das ervas são liberadas. Nas decocções seguintes o efeito é em um nível mais interno, no Xue e no Jing.


Como devo tomar minha decocção?Depois de pronta a decocção deve ser peneirada em um copo de vidro ou cerâmica e ser ingeridas de 1 – 2 horas antes das refeições.
A maioria das decocções não tem um gosto agradável para quem não está acostumado, mas, é imprescindível você não detestar seu chá para que seu corpo não atua de forma negativa na atividade das ervas em sua patologia. Não esqueça que o Shen Qi é uma força poderosa!
Em alguns casos pode ser adicionado mel para dar uma melhorada no gosto, mas, sempre com a aprovação de seu terapeuta, pois o mel pode alterar as propriedades das ervas.
Assim, as ervas que irritam o estômago devem ser ingeridas de 30 minutos à 1 hora após comer. As ervas com propriedades tonificantes devem ser ingeridas com o estômago vazio e, as que acalmam o espírito antes de ir para cama.


Há ervas que requerem alguns cuidados?Algumas ervas requerem alguns cuidados, como o Ren Shen que, para melhor aproveitamento de seus propriedades, deve ser cozido por no mínimo 1 hora. Outras devem ficar em pacotes de algodão, como a erva Xuan Fu Hua.
Algumas devem ser trituradas e outras picadas em pedaços.



(Prof. Fernando Silva - BIOZEN)

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Comércio Justo / Ponto Solidário / Artesanato

Fachada do Ponto Solidário, espaço que reúne peças de artesanato do país 
e trabalha com o conceito de comércio justo. (Foto: Divulgação Ponto Solidário)

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Artesanato: vendas por meio de comércio justo valorizam atividade


Nova forma de pensar trocas quebra paradigmas e transforma vida de artesãos.

Em 2002, impulsionada pelo desejo de trabalhar com o terceiro setor, Odile Sarue se engajou na coordenação do Ponto Solidário, um espaço sem fins lucrativos destinado à venda e à produção de artigos de ONGs, cooperativas, comunidades regionais e indígenas, artistas, etc. Atualmente, o espaço reúne peças de artesanato vindas de diversos Estados do país e trabalha com o conceito de comércio justo, ou fair trade.

O comércio justo surgiu na Inglaterra, aplicado à agricultura, como forma de valorizar os produtores, realizando transações comerciais pautadas no diálogo, na transparência e no respeito entre as partes envolvidas. O objetivo é que a relação de troca contribua para o desenvolvimento sustentável das comunidades dos produtores, que deixam de ser marginalizados e podem obter melhores condições de troca, além da garantia de que seus direitos serão assegurados na transação.

“No começo, vimos que havia uma possibilidade de geração de renda por trás do artesanato, mas que as ONGs que trabalhavam com isso não conseguiam recursos nem ferramentas eficazes para divulgar e comercializar seus produtos. Então abrimos esse espaço, que nada mais é do que uma vitrine para esses artesãos. Não temos intermediários nas nossas relações. Com o tempo, descobrimos que aquilo que fazíamos intuitivamente era um conceito discutido no mundo todo, o comércio justo”, explicou Odile.

Fair trade é um conceito amplamente discutido e aplicado em vários países. Na Inglaterra, por exemplo, existem diversas associações que reúnem pessoas e empresas engajadas com a atividade para fomentar iniciativas e fortalecer a rede. Um exemplo é a British Association for Fair Trade Shops, que, entre outras coisas, reúne estabelecimentos comerciais que trabalham com a venda de produtos artesanais e aplicam o conceito do comércio justo.

Capital social promovendo desenvolvimento de comunidades

Apesar disso, o debate ainda é bastante incipiente no Brasil. Por conta dessa circunstância, a carioca Vanessa Moutinho dedica sua vida à causa do desenvolvimento sustentável trabalhando como facilitadora do Comércio Sagrado, organização que desenvolve vivências e workshops para despertar o capital humano de pessoas e torná-las aptas a reverter suas habilidades em recursos financeiros, principalmente em ambientes de comércio justo.

“Quando apoiamos e nos engajamos com essas iniciativas, estamos apoiando o desenvolvimento do capital social de comunidades e o desenvolvimento humano, o que é uma das coisas mais empoderadoras para uma comunidade: a partir do momento que as pessoas entendem que elas têm tudo o que precisam, elas investem naquilo e transformam suas realidades”, explica.

A Coopa-Roca (Cooperativa de Trabalho Artesanal e de Costura da Rocinha Ltda.) é um ótimo exemplo de como o comércio justo e o artesanato podem caminhar juntos e resultar em transformação social e desenvolvimento de comunidades. A cooperativa capacita e coordena o trabalho de mais de 100 artesãs do Morro da Rocinha, no Rio de Janeiro, para produção de peças artesanais focadas no Mercado da Moda e do Design. Atualmente, a Coopa-Roca conta com um showroom no Shopping Fashion Mall, também no Rio de Janeiro, onde comercializa as peças produzidas.

Artesanato, venda e transformação

Em São Paulo, a Arte e Luz da Rua promove oficinas de artesanato com moradores de rua e sobrevive da venda do resultado dessas oficinas. O carro-chefe da organização são luminárias ecológicas, que reaproveitam o bagaço de cana-de-açúcar. Produzidas há 12 anos, as luminárias são vendidas em lojas como o Ponto Solidário e também para empresas como brindes corporativos, por exemplo.

O trabalho desenvolvido pela organização é parte de uma cadeia que termina no consumidor final, passa por espaços como o Ponto Solidário, onde os produtos são comercializados, e começa na relação com os moradores de rua, que a partir das oficinas acabam descobrindo que podem mudar suas vidas e transformar suas realidades.

“Além de artesanato, aqui nós ensinamos também educação para o trabalho. Por exemplo, começamos com a importância da pontualidade para participar das oficinas e, aos poucos, outros conceitos são introduzidos, como a relação com os colegas, a divisão de tarefas, fazer o que se faz com qualidade, etc. Aos poucos, as pessoas começam a repensar suas vidas e ter condições para pensar e planejar novos projetos, encontrar emprego, ou se dedicar a essa atividade”, explica Hedwig Knist, que trabalha na organização há 22 anos capacitando os moradores e divulgando o artesanato.

“Comércio significa troca. Quando apoiamos e nos engajamos com iniciativas dessa natureza, estamos participando de uma troca justa com nós mesmos e com o outro. Todas as iniciativas de comércio justo são respeitosas com todas as formas de vida. Pensem nisso”, finaliza Vanessa.

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Fonte: Allianz, por Camila Hungria, em 18/junho/2013

Energia Solar

A usina de Tauá, localizada no sertão do Ceará, foi inaugurada em agosto de 2011 
e possui uma capacidade instalada de 1 MW, com 4.680 painéis fotovoltaicos. 
(Foto: Grupo EBX)

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Longe da liderança, Brasil passa a dar mais atenção à energia solar

A fonte é considerada a menos poluente e menos finita, mas ainda não tem participação significativa na matriz energética brasileira. Regulamentação para micro e minigeração distribuída é promessa para movimentar o setor.

Como pode uma das fontes de energia mais abundantes em nosso planeta ter uma participação tão pequena na matriz energética mundial? Mesmo apresentando um crescimento acelerado nos últimos anos, tendo a capacidade instalada em energia de fonte solar saltado de 40 para 70 gigawatts (GW) em 2011, segundo o estudo REN21, e para 100 GW em 2012, de acordo com a Associação Europeia de Indústria Fotovoltaica (EPIA), a energia solar ainda não consegue atingir o mesmo desempenho da energia eólica, por exemplo.

“A energia solar é a fonte de energia menos poluente e menos finita conhecida até o momento. Disponível para a humanidade desde o surgimento da vida na Terra, nunca foi aproveitada de forma tão eficiente quanto as demais, considerando-se que as outras fontes de energia renováveis sempre apresentam alguma desvantagem. Providenciar um sistema de suprimento de energia solar confiável é uma tarefa que encontra algumas dificuldades e certo grau de complexidade”, resume o engenheiro eletrônico Ricardo Aldabó Lopez em seu livro “Energia Solar para produção de eletricidade”, editado pela Artliber.

Globalmente, no entanto, vários países começam a se destacar com investimentos pesados no setor. Os Emirados Árabes Unidos, conhecidos pela produção de petróleo, acabam de inaugurar a maior usina de concentração solar do planeta, com capacidade de 100 megawatts (MW). A Índia planeja instalar 10 GW até 2017. Na Nicarágua, onde as fontes renováveis já ocupam 41% da matriz energética, o maior parque fotovoltaico da América Central, de 1,38 MW, foi inaugurado em fevereiro com investimentos vindos do Japão. Calcula-se que 1 MW seja o bastante para suprir o consumo de energia de 1.500 residências.

“O Brasil é o país com maior quantidade de radiação solar no mundo. O lugar menos ensolarado recebe 40% mais energia que o lugar mais ensolarado da Alemanha (maior produtor de energia solar mundial). O principal problema é o custo da energia solar no Brasil. Faltam políticas que incentivem a inovação tecnológica, que reflitam no desenvolvimento de um parque industrial nacional e no aumento da oferta de equipamentos solares”, afirma o coordenador da feira de negócios EnerSolar+ Brasil, Arthur Ribeiro.

Alguma iniciativas isoladas têm aparecido no cenário nacional. A MPX investiu R$ 10 milhões para ter, no Ceará, o primeiro empreendimento comercial brasileiro de geração de energia a partir do sol, com capacidade inicial de 1 MW. Uma parceria já anunciada com a GE permitirá a duplicação da capacidade da usina solar, que chegará a ter quase 7 mil painéis instalados.

Em Campinas, no Estado de São Paulo, a CPFL Energia inaugurou, no final de 2012, a Usina Tanquinho, com capacidade instalada de 1,1 MW para gerar aproximadamente 1,6 GWh/ano – o que, segundo a empresa, é suficiente para abastecer mensalmente 657 clientes com um consumo médio de 200 KWh/mês. O projeto foi viabilizado com investimento de R$ 13,8 milhões em pesquisa e desenvolvimento.

Micro e minigeração distribuída

De acordo com dados do relatório de fiscalização da Agência Nacional de Energia (Aneel), atualizado em dezembro de 2012, a capacidade instalada de energia solar no Brasil é de aproximadamente 7,5 MW, o que representa apenas 0,01% da matriz energética brasileira.

Espera-se, no entanto, que esse potencial cresça neste ano graças à regulamentação da micro (até 100 kW) e da minigeração (mais de 100 kW até 1 MW) de energia, que oficializa o consumidor como possível produtor de energia. A resolução 482/2012 permite que os brasileiros gerem energia, transfiram sua produção para a rede elétrica e, caso haja excedente, ganhem desconto na conta de luz pelo Sistema de Compensação de Energia.

O especialista da Superintendência de Regulação dos Serviços de Distribuição - SRD/Aneel, Daniel Vieira, explica que a geração distribuída, em que a energia elétrica é gerada próximo ao local de consumo ou na própria instalação consumidora, proporciona uma série de vantagens sobre a geração centralizada tradicional, economizando investimentos em transmissão, reduzindo as perdas nas redes e melhorando a qualidade do serviço de energia elétrica.

“A regra recém-aprovada aplica-se principalmente a geradores que utilizem fontes renováveis de energia (hídrica, solar, biomassa e eólica). Com isso, a Aneel espera oferecer melhores condições para o desenvolvimento sustentável do setor elétrico brasileiro”, afirma. A Agência pretende acompanhar de perto a adesão ao novo sistema, atualizando os dados sobre as Usinas Fotovoltaicas (UFVs) no Banco de Informações da Geração do Brasil. Os micro e minigeradores podem ser encontrados sob a classificação REG-RN482.

Todas as distribuidoras de energia devem estar preparadas para receber o pedido de instalação de micro ou minigeração distribuída, fazer a conexão ao sistema e o faturamento.

Como faço para ter eletricidade solar na minha casa?
Para estimular a construção de unidades residenciais de geração solar fotovoltaica, o Ideal (Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina) lançou o Guia de Microgeradores Fotovoltaicos, um material didático para aqueles que pensam em instalar pequenos geradores de energia elétrica a partir do sol e não sabem por onde começar.

A cartilha online traz informações sobre o Sistema de Compensação de Energia, sobre como calcular a potência solar do local, um passo a passo para ter um sistema fotovoltaico e como desenvolver seu projeto de microgerador.

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Fonte: Allianz, por Marina Spirandelli, em 24/abril/2013

Construções Verdes

Estádio Mineirão, em Belo Horizonte, recebeu uma estrutura 
de placas fotovoltaicas em sua cobertura. 
(Foto: Marcus Desimoni/Portal da Copa)

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Sustentabilidade: um legado positivo da Copa do Mundo no Brasil

Certificação LEED, recomendada pela FIFA, sugere a criação de sistemas de abastecimento mais eficientes para os estádios do evento, entre outras exigências.

Em 2014, governantes e empresas esperam que o Brasil tenha não só mais futebol e turistas, mas também uma economia aquecida pelos altos investimentos em infraestrutura que uma Copa do Mundo exige. Para receber o evento, o país-sede deve respeitar uma série de demandas ditadas pela Federação Internacional de Futebol (FIFA), em sua maioria relacionadas às arenas do espetáculo.

O guia “Estádios de futebol: Exigências e recomendações técnicas”, editado pela Federação, chega à sua quinta edição bem mais detalhado e, pela primeira vez, com orientações relacionadas à sustentabilidade. Publicado após a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, o documento inclui recomendações do programa “Green Goal”, que tem como metas reduzir o consumo de água potável, evitar ou reduzir a emissão de resíduos, criar sistemas de abastecimento de energia mais eficientes e aumentar o uso do transporte público nos eventos promovidos pela FIFA.

A recomendação é que as edificações tenham o selo LEED (Leadership in Energy Efficient Design), sistema internacional de certificação e orientação ambiental desenvolvido pelo Green Building Council, nos Estados Unidos, e utilizado em 143 países. O guia da FIFA também aborda cuidados sobre a “compatibilidade ambiental do local do estádio” e as “relações com a comunidade” do entorno onde a obra ou reforma acontece.

Energia solar

Na categoria “Energia e atmosfera”, a certificação encoraja a eficiência energética por meio de estratégias simples como, por exemplo, simulações energéticas, medições e utilização de equipamentos e sistemas mais eficientes.

Entre as doze cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, algumas já saíram à frente em seus projetos de energia limpa. O estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte, recebeu uma estrutura de placas fotovoltaicas em sua cobertura.

A Usina Solar Fotovoltaica (USF) do Mineirão, entregue em 17 de maio deste ano, tem potência instalada de 1,42 MWp, com cerca de 6 mil módulos fotovoltaicos. Toda a energia produzida será lançada na rede e 10% devem retornar ao estádio. O projeto faz parte de uma ação maior da Cemig, que pretende implantar uma USF também no ginásio Mineirinho. “Outra edificação que poderá receber uma usina solar fotovoltaica é o Aeroporto Internacional de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte”, afirma o coordenador do Projeto Minas Solar 2014, Alexandre Heringer Lisboa.

A ideia de construir redes solares no entorno do estádio também está sendo implementada no Rio de Janeiro, com a construção do Polo Solar do Maracanã. Além da instalação de uma usina fotovoltaica no estádio do Maracanã, o projeto prevê estruturas também no Ginásio do Maracanãzinho, no Estádio de Atletismo Célio de Barros, no parque aquático Júlio de Lamare e na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). O objetivo é chegar a uma potência instalada de 5,2 MWp em todo o complexo.
A 19km do Recife, em São Lourenço da Mata, a Arena Pernambuco contará com fornecimento de energia solar a partir de julho deste ano. Com investimento de R$ 10 milhões, a Odebrecht Energia e o Grupo Neoenergia, holding que controla a Celpe, estão implantando uma usina solar fotovoltaica com 1 MWp de potência instalada, “o que equivale ao consumo médio de energia de 6 mil brasileiros”, segundo a assessora de eficiência energética do grupo, Ana Christina Romano Mascarenhas. “Estima-se que a usina solar, que faz parte de um projeto de pesquisa e desenvolvimento regulado pela Aneel, chegue a suprir 20% do consumo do estádio”, afirma Ana Christina.

Os painéis solares fotovoltaicos, que estão sendo instalados em um terreno de 14,5 mil m² ao lado da arena, irão entregar a energia diretamente ao sistema elétrico do estádio e enviar o excedente à rede de distribuição. “Além do aproveitamento de uma fonte renovável, os sistemas de geração solar reduzem perdas por transmissão e distribuição, uma vez que a energia é consumida no local em que é produzida”, completa a assessora do Grupo.

Resíduos, água e cobertura sustentável

Outra medida de sustentabilidade explorada pelas cidades-sede foi o reaproveitamento dos resíduos gerados pelas reformas de estádios. No Mineirão, onde as obras foram iniciadas em janeiro de 2010, houve reaproveitamento de 90% dos entulhos. O concreto foi destinado à pavimentação de ruas e as cadeiras foram redirecionadas para ginásios e estádios mineiros. O gramado foi reutilizado em um projeto de inclusão social do governo.

Já a Arena Fonte Nova, em Salvador, reutilizou 100% do concreto e do aço do antigo estádio. Também instalou sistemas para o reaproveitamento da água da chuva.

Mas o campeão da sustentabilidade talvez seja o Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, palco da abertura da Copa das Confederações neste ano. A arena pode ser a primeira no mundo a receber o selo Leed Platinum. Todo o material de demolição foi reaproveitado. As armaduras e os aços do antigo estádio foram destinadas a cooperativas de reciclagem e o concreto foi moído para compor os pisos do novo estádio. A água da chuva que cair sobre a cobertura será canalizada para reservatórios, filtrada e tratada. Poderá ser reutilizada nos vasos sanitários e na irrigação do campo, suprindo até 80% da demanda estimada.

A grande inovação, no entanto, está na membrana japonesa que reveste parte da cobertura do Mané Garrincha. Ela é capaz de isolar o calor, o que melhora a sensação térmica dentro da arena, e possui propriedades autolimpantes. Por meio do processo de fotocatálise, a membrana libera moléculas que dissolvem a sujeira decorrente da poluição do ar. As moléculas dissolvidas podem, então, ser lavadas naturalmente pela chuva.

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Fonte: Allianz, por Marina Spirandelli

 

domingo, 2 de junho de 2013

Identificado novo inseticida mortal para as abelhas

O pesticida fabricado pela BASF é acusado de causar a morte de abelhas
Photo Pin



Bruxelas - A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) emitiu um parecer desfavorável ao Fipronil, inseticida fabricado pelo grupo alemão BASF, pois seu uso para proteger os cultivos de milho tem causado a morte de abelhas, importantes polinizadoras.

Apenas cinco países da UE ainda usam este inseticida para o milho: Espanha, Hungria, Bulgária, República Checa e Eslováquia.

A Comissão Europeia havia solicitado esta decisão à EFSA em agosto de 2012. Está incompleta, mas aponta "um risco elevado" comprovado para o tratamento do milho.

O grupo BASF agora tem três semanas para responder a esta decisão. A Comissão Europeia submeterá em breve o caso do Fipronil a um comitê de especialistas da UE para uma decisão em 15 ou 16 de julho, informaram os serviços do comissário europeu encarregado da saúde, Tonio Borg.

A Comissão Europeia (CE) já decidiu proibir durante dois anos, a partir de dezembro, o uso de três pesticidas mortais para as abelhas, comercializados pela farmacêutica alemã Bayer e pela suíça Sygenta.

O veto começa em 1º de dezembro e se baseia em um informe da Agência Europeia de Segurança alimentar. Envolve três praguicidas da família dos neonicotinoides comercializados na Europa por Bayer e Syngenta: clotianidina, tiametoxam e imidacloprid, que podem ser mortais para as abelhas, mas não causam danos à saúde do ser humano.


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Fonte: Info Exame, por AFP, em 28 de maio de 2013


Cientistas avaliam iniciativas para adaptação às mudanças climáticas

NASA image courtesy Jeff Schmaltz/Caption by Adam Voiland



Brasília – Pela primeira vez, os 18 cientistas que integram o comitê do Programa Mundial de Pesquisa Climática, WCRP na sigla em inglês, estão reunidos no Brasil para avaliar as iniciativas globais para mitigação e adaptação às mudanças do clima.

No encontro anual, os dirigentes da organização vão concluir, até a próxima sexta-feira (31), um balanço de desafios considerados prioritários, como melhorias nas observações do nível dos oceanos e medidas para avaliar e garantir a disponibilidade de água em algumas regiões.


“O Brasil está entre os líderes em várias iniciativas, como as voltadas para mitigação das alterações climáticas e, ao lado da França e dos Estados Unidos, do sistema de observação do nível do mar. Poucos se importam com o que está acontecendo com os oceanos no mundo, como no Brasil, que tem uma costa muito grande”, disse Antonio Busalacchi, que preside o grupo, explicando que a liderança brasileira nessas políticas motivou a escolha do país para sediar a 34ª reunião do grupo, que existe desde 1985.

“Quis que os integrantes do comitê fossem apresentados a esse cenário. A discussão vai girar em torno de tópicos sobre climatologias em escala regional”, explicou, citando situações que estarão no centro dos debates, como a do Nordeste brasileiro, que enfrenta seca extrema há dois anos.

Há quatro anos, o Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, apontadas como uma das principais responsáveis pelas alterações de temperatura da Terra, entre 36,1% a 38,9% até 2020, tendo como base o que emitia em 1990. O compromisso foi firmado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas realizada em Copenhague, COP 15, e a Política Nacional de Mudanças Climáticas transformou as metas voluntárias em objetivos claros para o governo e para vários setores.

A redução do desmatamento na Amazônia e no Cerrado está no topo da lista, que ainda inclui investimentos na produção de biocombustíveis, substituição do uso de carvão nativo e inclusão de técnicas de plantio que podem reduzir a emissão de gases nocivos pela agricultura.
Na próxima semana, o governo brasileiro vai divulgar o levantamento mais recente de emissões de gases de efeito estufa. A expectativa é que as áreas de meio ambiente e de ciência e tecnologia também anunciem os planos setoriais de mitigação, com metas para áreas estratégicas da economia.

Sem antecipar números, Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação disse que todos os indicativos é que o país está caminhando em direção à meta. O termômetro que confirma essa expectativa, segundo ele, inclui, por exemplo, os índices de desmatamento que vêm mostrando redução da devastação de áreas em regiões estratégicas.

“Qualitativamente a gente sabe que a avaliação é boa porque o desmatamento na Amazônia e no Cerrado está caindo. No ano passado, tivemos o menor índice da série histórica de desmatamento na Amazônia”, disse. Para Nobre, as ações de fiscalização e monitoramento que estão sendo adotadas pelo governo devem manter essas taxas em queda.

Para o grupo de cientistas estrangeiros, Nobre também elencou programas brasileiros que coincidem com as estratégias globais do comitê. “O Brasil avançou muito em medidas de mitigação, mas temos que avançar ainda muito mais na adaptação da sociedade brasileira, do sistema econômico, da agricultura, do uso da água, por exemplo. São pesquisas que vão apontar políticas tecnológicas de adaptação e indicar políticas públicas, como as voltadas para mobilidade urbana e ocupação do litoral”, explicou o secretário.

Recentemente, o governo também criou o Instituto Nacional de Pesquisas sobre os Oceanos (Inpo), reservando outros recursos para pesquisas de longo prazo nos 8,5 mil quilômetros do litoral brasileiro, e iniciou a compra de equipamentos que vão aumentar a capacidade de monitoramento sobre a seca na Região Nordeste. “Estamos comprando 1 mil medidores de chuva, 500 medidores de umidade do solo, 100 estações agrometeorológicas que vão aumentar muito nossa capacidade de prever os impactos da seca do Nordeste sobre a agricultura e abastecimento de água”, explicou.


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Fonte: Info Exame, por Agência Brasil, em 27/maio/2013