quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Fábricas de filhotes


Por que não comprar animais
Por Marcelo Pereira*


As “Fábricas de filhotes” são lugares destinados à reprodução para o comércio de animais em massa, estando o lucro em um patamar mais elevado que o bem estar do animal em questão. Os animais procriadores vivem em terríveis condições. Geralmente passam a vida em gaiolas pequenas e sujas, sem contato com pessoas. Passam fome, não recebem atendimento veterinário e são vistos como coisas, vivendo em situação deplorável. As fêmeas procriam a cada cio e quando não conseguem mais atender a demanda são descartadas como lixo, e outro animal é colocado em seu lugar. Tenho uma prova viva disso em casa. Há anos atrás resgatei, de uma criadora, uma cadela que seria descartada por não estar mais procriando e estava atrapalhando a produção dessa fábrica. É inacreditável, mas é uma realidade.
A venda de animais por si só, seja ela em pet shops ou canis/gatis, transforma animais em mercadoria, em objeto negociável. Não apenas cães e gatos, mas quaisquer animal merece ser tratado como um ser senciente, e não como fonte de lucro.


Uma “fábrica de filhotes” pode começar bem perto de você, com um amigo ou vizinho que esteja “precisando” de dinheiro e então usa uma cadela para acasalar em todo cio. É claro que ele não tem condição e nem interesse em levá-la no veterinário para ver como estão as condições da mesma, e então os filhotes começam a carregar uma ou mais doenças hereditárias, ou seja, além de prejudicar a fêmea que está parindo sem descanso e cuidados médicos, ainda os filhotes sofrem com problemas de saúde ao longo de sua vida.


Alguns motivos para NÂO comprar animais

Péssima saúde: devido ao fato da maioria dos cães vir de fábricas de filhotes (e donos sem experiência alguma que resolvem cruzar seus cães em casa), esses filhotes não são o resultado de uma criação cuidadosa e normalmente eles não são bem cuidados antes de irem para a venda. Alguns dos problemas mais comuns são problemas neurológicos, oculares, de pele, sanguíneos e parvovirose.

Nenhuma socialização: os filhotes que são vendidos em pet shops e nas ruas das cidades ou mesmo os filhotes de criadores leigos, são desmamados muito cedo, às vezes até com 1 mês de idade. Um cão deve ficar com a mãe até os 90 dias, nunca menos de 70 dias. Tirar um cachorro da ninhada com menos de 70 dias significa que ele não vai aprender com a mãe e com os irmãos o básico do comportamento canino.


Vendas nas ruas das cidades

Em diversas cidades pelo país a prática de vender animais nas ruas aumenta a cada dia, cães e gatos ficam expostos ao calor em minúsculas caixas e até mesmo dentro de sacolas. Leis estaduais proíbem a venda em logradouros públicos, mas ainda falta fiscalização. Recentemente na cidade de Niterói, estado do Rio de Janeiro, uma ação da Secretaria de Meio Ambiente em conjunto com Polícia Civil acabou com essa prática que já durava há anos em um ponto da cidade, que já era um “shopping” a céu aberto de venda de animais.

Se você deseja um animal, a atitude ideal é procurar um abrigo de animais abandonados ou uma campanha de adoção. Lá você encontrará vários cães carentes e doidos para ter um lar. Em várias cidades do país podemos encontra esses abrigos e essas campanhas. Em Niterói a Secretaria de Meio Ambiente promove a campanha de adoção “Adotar é o Bicho” no segundo domingo do mês no Campo de São Bento e no terceiro domingo do mês no MAC. Em Maricá acontece todo primeiro sábado do mês, na praça Orlando de Barros Pimentel, no Centro da cidade, a campanha de adoção “Adotar é Legal, porque Amigo não se compra”.


* Marcelo Pereira - Diretor de proteção animal - Secretaria de Meio Ambiente / Niterói-RJ - marcelo@publicnet.com.br
 
Fonte: Revista do Meio Ambiente

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