domingo, 19 de agosto de 2012

DIA MUNDIAL HUMANITÁRIO - 19 DE AGOSTO

 

Dia Mundial Humanitário: mais de 60 milhões precisam de ajuda no mundo

 

 Entrega de kit de mobília às 80 famílias beneficiadas pelo projeto “Mobília Nova”, 
vítimas do desastre natural ocorrido em janeiro de 2011, na região Serrana do Rio. Foto: Divulgação


Eram as férias de 2011 da família Costa. O destino? Gramado, no Rio Grande do Sul, com o Rio de Janeiro como ponto de partida. Mas o telefone tocou e o fisioterapeuta Fernando Costa teve que renunciar ao lazer. 

Chefe do departamento de socorros e desastres da Cruz Vermelha Brasileira (CVB), ele precisava trabalhar em uma missão humanitária: auxiliar as vítimas da tragédia da região Serrana do Rio, assolada pelas chuvas e deslizamentos de terra. "Deixei a família curtindo e retornei."

Histórias de abnegados (que negam a si para ajudar o próximo) como a de Fernando reforçam a importância do Dia Mundial da Ajuda Humanitária, celebrado no domingo, 19 de agosto. Segundo dados da ONU, atualmente, mais de 60 milhões de pessoas necessitam de ajuda humanitária em todo o mundo.

 A data foi escolhida em homenagem às vítimas do atentado terrorista à sede da ONU em Bagdá (Iraque), em 19 de agosto de 2003. No ataque, morreram 22 pessoas, incluindo o chefe da missão da ONU no Iraque, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello.

A assistência humanitária pode ser dada por agências da ONU, cidadãos comuns e outras entidades da sociedade civil organizada presentes em todo o mundo. O EcoD conversou com duas das principais instituições voltadas para a ajuda humanitária com atuação no Brasil: a Médicos Sem Fronteiras (MSF) e a CVB.

Todos são iguais
Fernando (foto) tem mais de 20 anos de CVB e sempre foi ligado às causas humanitárias, com atuação na Força Aérea Brasileira, Defesa Civil ou mesmo lecionando sobre o tema, no Rio de Janeiro. 

"A espiritualidade é outro ponto que ajuda nesse sentido, pois eu sou kardecista. Ao ajudar o próximo, eu acredito que estou resgatando algo do passado. A sensação é maravilhosa", relatou. Segundo ele, os filhos chegam a rezar para que tragédias como a da Serra Fluminense não se repitam, a fim de não perderem a presença do pai. "E geralmente esses desastres ocorrem entre o final e o início do ano, bem no período das férias (risos)", observa Fernando.

O diretor da CVB jamais esqueceu de outra tragédia na Serra do Rio de Janeiro, em 1987, quando um milionário perdeu a casa e parte da família. "Depois do desastre, ele estava tomando sopa na caneca conosco, e com as outras pessoas que perderam tudo. Me ajudou a identificar outras vítimas nos escombros. Nessas horas, todas as pessoas são iguais", constata.


O Movimento Internacional de Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho está presente em praticamente quase todos os países do globo. O que constitui as bases mais importantes para a instituição são os seus sete princípios: Humanidade, Imparcialidade, Neutralidade, Independência, Voluntariado, Unidade e Universalidade. No Brasil, são mais de 50 filiais. Saiba como ser um voluntário.

Sem fronteiras para ajudar
Criada na França em 1971 por jovens médicos e jornalistas, a Médicos Sem Fronteiras é uma organização não governamental, médico-humanitária, com atuação em mais de 60 países, por meio de 28 mil profissionais de diferentes áreas. 

A entidade chegou ao Brasil em 1991, para combater uma epidemia de cólera na Amazônia. Depois do controle do surto, a organização permaneceu na região até 2002, promovendo um trabalho de medicina preventiva com tribos indígenas. Essa primeira intervenção abriu uma das frentes de atuação de MSF no país: colaborar no acesso à saúde.


"Geralmente, nossa intervenção se dá quando o Estado não consegue agir", explica o diretor-geral da MSF no Brasil, Tyler Fainstat, para quem a data celebrada em 19 de agosto "é mais um dia para lembrar da ajuda humanitária às pessoas que precisam em todo o mundo". 

Tyler é canadense e chegou ao Brasil em 2009 para trabalhar como voluntário na MSF, mais precisamente no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, região comumente assolada pelos conflitos entre traficantes e policiais. Acabou ficando. "A ideia era resgatar pessoas, promover a estabilização e eventuais remoções na comunidade", relembra.

Foto: MSF/Divulgação

O trabalho da MSF é sustentado pela iniciativa privada e por doações de cidadãos comuns. Segundo Tyler, 72.000 pessoas físicas contribuem com a organização no Brasil desde 2005, quando teve início a captação de recursos dessa natureza no país. É possível doar através do site da instituição.
"Eu estive aqui"

Por conta do Dia Mundial da Ajuda Humanitária, a ONU lançou a campanha "Eu Estive Aqui" (I Was Here), estrelada pela cantora Beyoncé, que destaca o trabalho dos agentes humanitários em todo o mundo.
O projeto permite que os realizadores sociais registrem suas ações na internet e mandem mensagens de apoio. O público pode compartilhar suas boas ações no site www.whd-iwashere.org 

A meta do Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) era a participação de 1 bilhão de pessoas. Até a noite de sexta-feira (17), o número de iniciativas inscritas chegava a 253.446.408.



Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org, em 19/agosto/2012
 



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