Dia Mundial Humanitário: mais de 60 milhões precisam de ajuda no mundo
Entrega de kit de mobília às 80 famílias
beneficiadas pelo projeto “Mobília Nova”,
vítimas do desastre natural
ocorrido em janeiro de 2011, na região Serrana do Rio. Foto: Divulgação
Eram as férias de 2011 da família Costa. O
destino? Gramado, no Rio Grande do Sul, com o Rio de Janeiro como ponto
de partida. Mas o telefone tocou e o fisioterapeuta Fernando Costa teve
que renunciar ao lazer.
Chefe do departamento de socorros e desastres da Cruz Vermelha Brasileira (CVB),
ele precisava trabalhar em uma missão humanitária: auxiliar as vítimas
da tragédia da região Serrana do Rio, assolada pelas chuvas e
deslizamentos de terra. "Deixei a família curtindo e retornei."
Histórias
de abnegados (que negam a si para ajudar o próximo) como a de Fernando
reforçam a importância do Dia Mundial da Ajuda Humanitária, celebrado no
domingo, 19 de agosto. Segundo dados da ONU, atualmente, mais de 60
milhões de pessoas necessitam de ajuda humanitária em todo o mundo.
A data foi escolhida em homenagem às
vítimas do atentado terrorista à sede da ONU em Bagdá (Iraque), em 19 de
agosto de 2003. No ataque, morreram 22 pessoas, incluindo o chefe da
missão da ONU no Iraque, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello.
Todos são iguais
Fernando
(foto) tem mais de 20 anos de CVB e sempre foi ligado às causas
humanitárias, com atuação na Força Aérea Brasileira, Defesa Civil ou
mesmo lecionando sobre o tema, no Rio de Janeiro.
"A
espiritualidade é outro ponto que ajuda nesse sentido, pois eu sou
kardecista. Ao ajudar o próximo, eu acredito que estou resgatando algo
do passado. A sensação é maravilhosa", relatou. Segundo ele, os filhos
chegam a rezar para que tragédias como a da Serra Fluminense não se
repitam, a fim de não perderem a presença do pai. "E geralmente esses
desastres ocorrem entre o final e o início do ano, bem no período das
férias (risos)", observa Fernando.
O
diretor da CVB jamais esqueceu de outra tragédia na Serra do Rio de
Janeiro, em 1987, quando um milionário perdeu a casa e parte da família.
"Depois do desastre, ele estava tomando sopa na caneca conosco, e com
as outras pessoas que perderam tudo. Me ajudou a identificar outras
vítimas nos escombros. Nessas horas, todas as pessoas são iguais",
constata.
O Movimento Internacional de Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho
está presente em praticamente quase todos os países do globo. O que
constitui as bases mais importantes para a instituição são os seus sete
princípios: Humanidade, Imparcialidade, Neutralidade, Independência,
Voluntariado, Unidade e Universalidade. No Brasil, são mais de 50
filiais. Saiba como ser um voluntário.
Sem fronteiras para ajudar
Criada
na França em 1971 por jovens médicos e jornalistas, a Médicos Sem
Fronteiras é uma organização não governamental, médico-humanitária, com
atuação em mais de 60 países, por meio de 28 mil profissionais de
diferentes áreas.
A entidade chegou
ao Brasil em 1991, para combater uma epidemia de cólera na Amazônia.
Depois do controle do surto, a organização permaneceu na região até
2002, promovendo um trabalho de medicina preventiva com tribos
indígenas. Essa primeira intervenção abriu uma das frentes de atuação de
MSF no país: colaborar no acesso à saúde.
"Geralmente, nossa intervenção se dá
quando o Estado não consegue agir", explica o diretor-geral da MSF no
Brasil, Tyler Fainstat, para quem a data celebrada em 19 de agosto "é
mais um dia para lembrar da ajuda humanitária às pessoas que precisam em
todo o mundo".
Foto: MSF/Divulgação
O trabalho da MSF é sustentado pela iniciativa privada e por doações de
cidadãos comuns. Segundo Tyler, 72.000 pessoas físicas contribuem com a
organização no Brasil desde 2005, quando teve início a captação de recursos dessa natureza no país. É possível doar através do site da instituição.
"Eu estive aqui"
Por conta do Dia Mundial da Ajuda Humanitária, a ONU lançou a campanha "Eu Estive Aqui" (I Was Here), estrelada pela cantora Beyoncé, que destaca o trabalho dos agentes humanitários em todo o mundo.
O
projeto permite que os realizadores sociais registrem suas ações na
internet e mandem mensagens de apoio. O público pode compartilhar suas
boas ações no site www.whd-iwashere.org
A
meta do Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos
Humanitários (Ocha) era a participação de 1 bilhão de pessoas. Até a
noite de sexta-feira (17), o número de iniciativas inscritas chegava a
253.446.408.
Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org, em 19/agosto/2012
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