Porém, de acordo com os cientistas, esta definição começa a
estar desactualizada, dado que vários estudos comprovam que, devido à
intervenção do homem, algumas espécies
estão a transformar-se cada vez mais depressa. Podemos quase afirmar que as
mudanças lentas e graduais ao longo dos séculos, fazem parte do passado, do
tempo dos mamutes e dinossauros porque,
hoje, a chamada “pressão selectiva”, ou seja, a influência do ser humano é tão
forte que os animais se vêem obrigados a uma adaptação cada vez mais rápida. É
por isso que vemos certas espécies a começarem a apresentar novos tamanhos,
formas e até ritmos de vida.
O mundo animal está a mudar por nossa causa. Em todo o
planeta há criaturas que estão a moldar-se ao ser humano, já para não falar nas
espécies que estão em processo acelerado de extinção.
Onde nos levará a desatenção e indiferença do Homem em
relação às outras espécies e, duma maneira geral, a toda a Natureza?
Vejamos alguns exemplos desta evolução acelerada:
Peixes
Algumas espécies de peixes estão a diminuir de tamanho por estar a ser impossibilitada a reprodução,
uma vez que a pesca incide nos de maior dimensão.
Investigações efectuadas em dois aquários, em que num foram
pescados os peixes grandes e no outro os pequenos, concluiu-se que em apenas
quatro gerações os animais do primeiro aquário (o dos peixes grandes) tinham,
em média, metade do tamanho dos do segundo aquário (o dos peixes pequenos).
Com a pesca massiva dos peixes maiores, cabe aos peixes mais
pequenos a tarefa da reprodução, o que origina a diminuição do tamanho médio
das espécies.
Melros
Com o aumento da poluição
sonora, os pássaros cantam cada vez mais alto para conseguirem comunicar.
As espécies de pássaros que, como os melros, usam o canto
para comunicar e criar estratégias de acasalamento, estão a adaptar-se à
poluição sonora causada pelo Homem.
Um estudo efectuado sugere que o aumento do volume dos sons
que actualmente algumas aves emitem, está directamente relacionado com os
níveis de ruído das zonas urbanas.
Os investigadores receiam que esta mudança possa afectar o
crescimento das crias, devido ao excesso de energia que despendem para emitirem
sons mais altos.
Elefantes
A dimensão média dos dentes dos elefantes está a diminuir
porque os caçadores matam os
exemplares que têm mais marfim.
Quanto maiores os chifres e presas, maior a probabilidade
dos animais serem abatidos. Como resultado desta matança com séculos de
história temos que os genes das espécies com cornos estão a desaparecer,
ficando para procriar apenas os animais com chifres mais pequenos.
Por exemplo, na China, os elefantes sem presas já são mais
do dobro do que a média de há duas décadas.
Ratos
Não é a alimentação mas a poluição do ar que está a contribuir para o aumento de peso dos
ratos da cidade.
A obesidade deixou de ser um problema grave apenas para a
humanidade e está a afectar as outras espécies, nomeadamente os ratos e
ratazanas das cidades.
Estudos recentes demonstraram que, devido à poluição
atmosférica, o seu peso médio tem vindo a aumentar. Em testes feitos e
controlados em que ratos e ratazanas foram todos alimentados exactamente da
mesma forma, verificou-se que os que foram expostos a ar contaminado,
apresentaram um aumento da massa gorda e do nível de açúcar no sangue.
Gafanhotos
Para desenvolver resistências
a novos pesticidas, os gafanhotos necessitam de apenas 10 anos.
Os insectos estão entre os animais com maior capacidade para
se adaptarem às mais diversas situações. Uma investigação norte-americana
demonstrou que os insecticidas e pesticidas utilizados para os destruir, são um
estímulo ao desenvolvimento dessa sua capacidade de adaptação.
Só nos Estados Unidos, as espécies resistentes a
insecticidas custam em média, por ano, 2,8 mil milhões de euros à indústria
agrícola.
Esquilos-Vermelhos
Devido ao aquecimento
global, os esquilos-vermelhos dão à luz mais cedo.
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