terça-feira, 2 de outubro de 2012

Sobre enterrar sementes


Sementes são pacotinhos recheados de energia de vida e informações genéticas, e foram sendo aprimoradas ao longo de milhares de anos para perpetuar, da maneira mais eficiente possível, a espécie da qual carregam traços e características.
Quando estão livres na natureza, todo o meio ambiente se encarrega de ajudá-las a exercer sua função: ventos levam para longe as mais leves, pássaros carregam no bico e no sistema digestivo as sementes dos frutos que lhes serviram de alimento, algumas são arremessadas pelo estouro do fruto onde foram formadas, outras são transportadas pelas águas... Assim, cada uma segue seu curso natural e, em solo e condições favoráveis, dá início a uma nova vida.

Mas, e quando somos nós os responsáveis por fazê-las germinar, como lidar com cada tipo? Onde semear? Quanto enterrar?

Uma regra muito útil no preparo de sementeiras ensina que cada semente deve ser enterrada em profunidade equivalente ao seu tamanho "deitada" - ou seja, na posição em que fica naturalmente quando cai no chão. Claro que esse cálculo não é muito fácil quando se trata de sementes bem pequenas, mas no caso das grandes, veja:




A semente da Seringueira (Hevea brasiliensis), que tem 1,7 cm de espessura na sua menor dimensão, deve ser enterrada a 1,7 cm de profunidade.


A semente do Guapuruvú (Schyzolobium parahiba), também chamada de ficheira por ser bem achatadinha, deve ser enterrada sob uma camada fina de terra.


Claro que a natureza não obedece regra nenhuma e muitas sementes germinam sem nem mesmo terem sido cobertas de terra, mas essa é uma boa referência para não correr o risco de enterrar demais uma semente, sob mais peso do que ela poderia suportar na hora da germinação. Afinal, nascer não é tarefa fácil nem para os vegetais, e sempre exige algum esforço:












No caso das sementes bem pequenas, espalhá-las sobre a superfície da sementeira e peneirar uma camadinha fina de terra por cima já é mais do que o suficiente para que todas se mantenham firmes no lugar e não sejam levadas pelo vento e pela água das regas, além de permanecerem úmidas por mais tempo, já que expostas secariam muito rapidamente.

Na hora de regar, chuvinha fina feita com borrifador para as sementes pequenas, e volume um pouco maior de água, com regador ou mangueira, para as sementes maiores e mais enterradas. Diariamente.

E como já falei neste outro post  sobre sementeiras, o tempo de germinação pode variar de quatro dias a vários meses, dependendo da planta, por isso é interessante se informar a respeito do que você está semeando, para não sofrer por antecipação achando que não vai dar certo e nem desistir antes da hora.
Boa sorte! 

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Fonte: De Verde Casa - http://www.deverdecasa.com 

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