Recentemente, a Sociedade Zoológica de Londres (SZL) lançou o
relatório “Priceless or Worthless?” (“Inestimável ou Inútil?”, em
tradução livre) com o nome de 100 animais, plantas e fungos mais
ameaçados de extinção.
Cinco espécies brasileiras estão nessa lista: um macaco da Floresta
Atlântica, um pássaro da Chapada do Araripe, no Ceará, um roedor e duas
borboletas.
O relatório, feito por mais de 8 mil cientistas, identifica as
ameaças que cada espécie enfrenta e como seus problemas podem ser
resolvidos.
Jonathan Baillie, diretor de conservação da SZL, afirma que as
espécies do relatório foram escolhidas por não terem benefícios óbvios
aos seres humanos e, por conta disso, serem facilmente desprezadas.
Segundo ele, permitir que espécies desapareçam levaria a “uma situação
em que não temos o suficiente” em termos de espécies.
“Os movimentos de conservação e doadores estão cada vez mais tendendo
a uma abordagem utilitária, na linha ‘o que a Natureza pode fazer por
nós’, na qual as espécies e habitats são valorizados e priorizados pelos
serviços que fornecem ao homem. Embora isso seja importante,
conservação é mais que isso. Estas espécies têm o direito de sobreviver
ou nós temos o direito de levá-las à extinção?”, argumenta Baillie.
Ele assegura que, se os humanos tomarem ações imediatas, as espécies
terão chances de lutar pela sobrevivência. “Mas isso requer que a
sociedade apoie a posição moral e ética de que todas as espécies têm
direito de existir”, afirma.
Baillie ainda diz que, como temos a capacidade de reverter essa
situação, é nosso “imperativo moral” fazê-lo. Porém, críticas já
surgiram a esse pensamento.
Segundo a cientista Sarah Chan, vice-diretora do Instituto para
Ciência, Ética e Inovação da Universidade de Manchester (Reino Unido), a
ideia de que todas as espécies têm o mesmo direito de existir faz tanto
sentido quanto acreditar que devemos trazer de volta os dinossauros e
dodôs (pássaros extintos).
Chan desafia a crença de que todas as espécies devem ser
preservadas/salvas.
“Quando falamos que todas as espécies têm o mesmo
direito de existir, queremos dizer apenas todas as espécies que existem
atualmente? E as espécies que já foram extintas? Se pensarmos que todas
as espécies têm o mesmo direito de existir, nós temos uma obrigação
igual de ressuscitar espécies extintas”, opina.
Veja a lista completa de espécies ameaças (por nome científico) aqui.
______________
Fonte: http://hypescience.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário