terça-feira, 2 de outubro de 2012

Reciclagem de polímeros

Garrafas PET para Reciclagem


A palavra polímero vem do grego e significa muitas (polu) partes (meres). Esses compostos são grandes moléculas formadas pela repetição de pequenas unidades, os monômeros, que se ligam por covalência após uma reação de polimerização.
Polímeros estão por toda parte e podem ser orgânicos ou inorgânicos, naturais ou sintéticos. A borracha da seringueira, polissacarídeos como o amido da batata e a celulose das plantas verdes, proteínas como a queratina das unhas e o colágeno da pele, e os ácidos nucleicos são exemplos de polímeros naturais orgânicos.
Mas quando o assunto é lixo e reciclagem, os vilões são os polímeros sintéticos. Eles são formados basicamente por hidrocarbonetos derivados do petróleo. Essas macromoléculas formam plásticos, borrachas e fibras sintéticas que, além de não serem biodegradáveis, nem sempre são recicláveis e, em geral, sua incineração causa danos ao meio ambiente.


Separação de polímeros 
Para serem reciclados, então, os polímeros precisam ser separados. A primeira separação se dá entre os termoplásticos e os termorrígidos (ou termofixos). Os termoplásticos são aqueles que, quando aquecidos, ficam moldáveis e fluidos, podendo ser reciclados. Já os termofixos não podem ser reciclados, pois não é possível amolecê-los e remodelá-los pelo calor.
Para complicar um pouco mais, existem vários tipos de polímeros termoplásticos. Então, para facilitar na identificação para a reciclagem, no Brasil e em vários países do mundo utiiza-se uma simbologia que identifica cada tipo de polímero. Veja as figuras:


 Tereftalato de polietileno (PET): garrafas de refrigerantes, água, vinagre, detergentes e sucos.













duchesssa.xchng


Polietileno de alta densidade (PEAD): baldes, recipientes de condicionadores, xampus, tanques de combustível, tampas de garrafa e engradados de bebidas.   











krake.xchng

Cloreto de polivinila (PVC): cortinas de banheiros, bandejas de refeições, capas,  canos, assoalhos, forros, tubos de conexão, sandália Melissa.  












Paul Goyette/Flickr

 Polietileno de baixa densidade (PEBD): filmes, sacolas de supermercado, embalagens flexíveis, sacos de lixo.  













londonista_londonist/Flickr

Polipropileno (PP): recipientes para guardar alimentos (tupperware), carpetes, embalagens de biscoitos, de iogurtes e de água mineral, seringas, cadeiras. 













Alex Rio Brazil/Wikimedia

Poliestireno (PS): copos descartáveis, isopor, chapas coloridas, protetor de cartuchos de impressora, circuladores de ar, gavetas de geladeira, grades de ar condicionado.  
















Renee Comet/Wikimedia

 Policarbonato (PC): mamadeiras, lentes de óculos, escudo antibalas. Poliuretano (PU): solados, rodas, para-choques. Acrilonitrilabutadieno-estireno (ABS): maçanetas, carcaças de aparelhos, tubulações de produtos químicos corrosivos, brinquedos, teclados e monitores de computador.  













J_LB.xchng


Tipos de reciclagem
Depois de separados, os polímeros podem ser submetidos a 4 tipos de reciclagem:
Reciclagem primária: reaproveitamento dos materiais para outras finalidades.
Reciclagem secundária ou mecânica: transformação de resíduos plásticos em pedacinhos que podem ser reutilizados na fabricação de outros materiais de menor qualidade, como pisos, sacos de lixo, solados, etc. Essa reciclagem possibilita a obtenção de produtos compostos por um único tipo de plástico ou a partir de misturas de diferentes plásticos em determinadas proporções. No Brasil, cerca de 15% dos resíduos plásticos são reciclados mecanicamente .
Reciclagem terciária ou química: reprocessa os plásticos, transfomando-os em monômeros ou misturas de hidrocarbonetos que poderão ser reutilizados como matéria-prima para a produção de novos plásticos de alta qualidade ou produtos químicos. Essa reciclagem permite tratar mistura de plásticos, reduzindo custos de pré-tratamento, custos de coleta e seleção.
Reciclagem quaternária ou energética: tecnologia que utiliza o resíduo plástico como combustível para a obtenção de energia elétrica e térmica. Esse tipo de reciclagem já é utilizada em muitos países, sendo inclusive recomendada pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU) como solução para a destinação do lixo urbano não-reciclável. Porém, no Brasil, ainda não é empregada, e muitas vezes é confundida com a simples incineração dos resíduos.


Bioplásticos
Além da reciclagem, os cientistas estão buscando uma outra solução para reduzir o impacto ambiental do lixo plástico: o desenvolvimento de plásticos biodegrádaveis. Já foram descobertas maneiras de fabricar bioplásticos a partir do amido da mandioca, do milho, da soja, etc. – são os chamados amidos termoplásticos.
No entanto, esse material ainda não resolveu completamente o problema, pois necessita de temperaturas muito altas para se decompor e, em um ambiente com pouco oxigênio, como nos aterros sanitários, libera gás metano, prejudicial à atmosfera. 
Mas os cientistas vêm pesquisando outra tecnologia que promete acabar com dois problemas de uma vez só: a produção de plástico biodegradável a partir de lixo orgânico.
Usando os resíduos de usinas de açúcar e fábricas de suco, os cientistas já descobriram que as bactérias que se alimentam dessas substâncias (Burkholderia sacchari) produzem um material que se transforma em plástico! E esse plástico se decompõe em cerca de seis meses.
Porém, sua produção custa muito caro. Além disso, os cientistas ainda estão pesquisando maneiras de obter esse plástico biodegradável a partir de qualquer tipo de resíduo orgânico. Dessa forma, o produto seria ainda mais duplamente ecológico: um plástico biodegradável que contribui para reduzir o volume de lixo no meio ambiente!


Fotos: Rafael Martins / Agecom Bahia

Fontes:
Química nova na escola
Instituto de macromoléculas - UFRJ
Plástico biodegradável
http://www.invivo.fiocruz.br
 

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