sábado, 20 de outubro de 2012
AO CAIR DAS FOLHAS DE OUTONO...
Quando no Outono da Vida a paisagem muda,
As cores mudam de tons e a música do universo acompanha essa mudança.
Cai da árvore a folha que o vento faz bailar, antes que ela chegue ao chão.
E esse bailado tem o ritmo que o vento imprime.
Percebe-se no seu ir e vir. Nuvem que passa e perpassa,
Tornando formas para a visão; daquele que ainda olha e ama as nuvens.
Cai ao solo a folha;
Não se sentindo mais tão à mercê do vento, percebe-se mais serena e
começa a transformar-se, deixando na sua trajetória a beleza daquele
tom mágico que o verde oferece aos olhos dos humanos.
Inicia-se o seu processo de envelhecimento;
Com aquele tom de amarelo, que vai cada vez mais se tornando marrom.
Como se de cinzas de pó fossem tocadas e pelo Sol beijadas.
Ainda guardando um pouco do verde parecem dizer-nos
que de outros momentos ficam as lembranças.
O vento que as embalavam e com elas cantavam a sua balada,
agora as leva de um lugar para outro arrastando-as quase pelo chão.
No chão caídas as folhas parecem abatidas pelo tempo.
O tempo e o vento as trouxeram até este solo que costumavam
ver só de longe, este chão que parecia tão distante no tempo
e agora é sua realidade.
O vento de novo as espera, porém não ousa leva-las muito longe.
Parecem pingos ao longo de um espaço de vida.
Não mais bailam mas é o sabor do vento que as movem
e o sabor do tempo que as transformam em cor e beleza.
Conseguiu alcançar ao chão uma daquelas folhas;
Colocou-a bem ajustada nas suas mãos e contemplou-as.
Uma nova folha caía bailando no ar.
Sem dúvida era o outono anunciado pelo vento,
a estação mais serena de todos os tempos.
Iara Verly
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